Prefeitura de São Paulo usa drones para combate à dengue e promove debate sobre eficácia e conscientização da população

A prefeitura de São Paulo acaba de anunciar uma nova estratégia para combater a proliferação da dengue: a utilização de drones para verificar e aplicar veneno em imóveis fechados. A medida foi tomada devido ao crescimento exponencial do número de casos da doença na cidade. O bairro da Vila Jaguara, por exemplo, apresenta a maior concentração proporcional de casos de dengue.

A parasitologista Alaide Mader Braga Vidal, professora de parasitologia e integrante da comissão de combate e prevenção ao Aedes aegypti do Centro Universitário da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), considerou a utilização dos drones uma estratégia acertada. Ela enfatizou a importância do uso de novas tecnologias para frear a proliferação do mosquito transmissor da doença.

O número de casos de dengue na região do ABC, totalizando 417, está 137% acima do registrado no mesmo período do ano anterior, elevando a preocupação com a rápida disseminação da doença. A prefeitura de São Bernardo informou que estuda a possibilidade de utilizar drones na fiscalização, por meio de uma possível parceria com a secretaria de Segurança Urbana.

Em contrapartida, as prefeituras de Santo André, Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra afirmaram que não utilizam drones e não manifestaram intenção de fazê-lo. Ribeirão Pires e São Caetano, por sua vez, não responderam. Atualmente, mais de 1.100 agentes percorrem essas cidades em busca de focos do mosquito, com destaque para a vistoria de 536 imóveis fechados ou abandonados somente este ano.

A utilização de drones é justificada pela dificuldade de acesso a imóveis inacessíveis ou fechados, que representam grandes obstáculos para as ações de combate à dengue. Segundo Alaide Mader Braga Vidal, a conscientização da população também é fundamental, já que 74,8% dos criadouros do Aedes aegypti estão dentro das casas. Ela ressaltou a importância de cuidados simples, como tampar caixas d’água e remover recipientes que acumulem água.

Além da utilização de drones, a pesquisadora destacou que as pesquisas de inseticidas e larvicidas continuam avançando, assim como a tecnologia da bactéria Wolbachia, que pode reduzir a transmissão da dengue, zika e chikungunya. Por fim, a professora enfatizou a importância das campanhas de conscientização, já que a maioria dos criadouros poderia ser combatida facilmente pela própria população.

Diante do aumento preocupante dos casos de dengue, a adoção de novas tecnologias e a conscientização da população tornam-se essenciais para conter a disseminação da doença e proteger a saúde da população. A utilização de drones representa um avanço importante no combate à dengue, enquanto as pesquisas científicas buscam alternativas mais eficientes para eliminar os criadouros do mosquito transmissor.

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