A redatora e roteirista Maíra Athayde, de 36 anos, foi uma das foliãs que apostou na criatividade ao se fantasiar de carteira de trabalho em um bloco no Rio de Janeiro. Ela explicou que a inspiração surgiu a partir de um debate sobre a preferência entre a autonomia de freelancer ou a estabilidade garantida pela CLT, mostrando a necessidade de atualização das leis trabalhistas. Athayde ainda brincou que, como freelancer, estava usando a fantasia para atrair uma contratação definitiva.
Outros foliões também aproveitaram o Carnaval para fazer críticas políticas e sociais por meio de suas fantasias. A operação da Polícia Federal desta semana, que mirou o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de abolir o estado democrático de direito, foi lembrada por pesquisadores e foliões. Alguns saíram fantasiados de passaporte apreendido do ex-presidente, enquanto outros se inspiraram nos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal.
O economista Henrico Angelo, de 26 anos, foi um dos foliões que buscou uma fantasia que dialogasse com a realidade e fosse interativa. Ele criou uma fantasia que fazia alusão aos mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF, usando uma placa em formato de porta pendurada no pescoço com a frase “toc, toc, toc. Quem é?”. No interior da placa, a mensagem dizia: “É a Polícia Federal”. A ideia simples funcionou para atrair a atenção na festa e gerar discussões sobre a situação política do país.
O Carnaval se mostrou, mais uma vez, como um espaço para expressão e crítica social, proporcionando um ambiente de reflexão por meio da criatividade e do humor. Os foliões aproveitaram a festa para demonstrar suas opiniões e preocupações em relação ao atual momento do Brasil, utilizando as fantasias como forma de manifestação e diálogo.