Atentado ao pudor nos banheirões: estratégias ousadas para prática de sexo em locais públicos desafiam autoridades e empresas.

Noite de janeiro, uma situação inusitada chamou a atenção na estação Pinheiros, em São Paulo. O fisioterapeuta Caio, de 23 anos, foi conduzido a uma delegacia sob acusação de atentado ao pudor, após parar no banheiro da estação para urinar. Homens que estavam no local foram flagrados trocando carícias nas partes íntimas, prática conhecida como banheirão, onde homens utilizam banheiros públicos para sexo entre homens.

Empresas têm tentado reprimir essa prática, sendo que a pena prevista para atentado ao pudor vai de três meses a um ano de reclusão ou multa. Em locais como estações e shoppings, onde essa prática ocorre com mais frequência, guardas e faxineiros se tornaram barreiras treinadas para conter os praticantes e chamar a polícia.

Apesar da pandemia ter gerado expectativas de que essa atividade seria condenada, os praticantes passaram a usar estratégias mais ousadas, organizando-se em redes sociais para ocupar os banheiros públicos. Esses grupos mapeiam os banheiros públicos, analisando critérios como limpeza, tamanho e posição dos mictórios, onde as cenas de sexo costumam acontecer.

Os territórios aprovados são invadidos em grupos, e em caso de flagrante, os praticantes tentam subornar os funcionários locais para que a situação seja relevada. Além disso, os praticantes estabelecem regras para evitar expor menores, incomodar heterossexuais e evitar lavar as mãos excessivamente para disfarçar a permanência no local.

Essa prática é explicada pelo sexólogo Jairo Bouer como um estímulo erótico provocado pela exposição e perigo, sendo um comportamento comum em algumas pessoas. Os banheiros favoritos pelos praticantes são apelidados para dificultar a identificação por estranhos, e a CPTM, responsável pelas estações mais famosas, afirma que suas equipes realizam rondas visando coibir essas práticas.

Além das estações, shoppings e supermercados também podem ser alvos desse tipo de prática, o que traz riscos para os praticantes, como roubo e furto, e exposição de seus rostos em vídeos publicados em páginas especializadas. Vítimas podem recorrer ao Judiciário para pedir o banimento dos usuários dessas páginas por violar sua privacidade.

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