Aquecimento global ultrapassa a marca de 1,5°C pela primeira vez em um ano inteiro, aumentando a urgência da redução das emissões de carbono

Pela primeira vez na história, a temperatura global aumentou em um ano inteiro ultrapassando 1,5°C, de acordo com o serviço climático da União Europeia. O compromisso firmado pelos líderes mundiais em 2015 de tentar limitar o aumento da temperatura a longo prazo a 1,5°C em comparação com os níveis pré-industriais sofreu uma violação significativa, aproximando o mundo dessa marca no longo prazo.

A violação desse limite não rompe o que foi alinhado no Acordo de Paris, mas é mais um passo na direção errada e representa um marco alarmante nas ações para combater as mudanças climáticas.

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Segundo a professora Liz Bentley, executiva-chefe da Royal Meteorological Society do Reino Unido, “Superar [1,5°C de aquecimento] em uma média anual é significativo. É mais um passo na direção errada. Mas sabemos o que temos que fazer.”

O aumento da temperatura tem implicações diretas nos riscos das mudanças climáticas, como ondas de calor intensas, subida do nível do mar e morte da vida selvagem. O crescimento contínuo das temperaturas é alarmante, com dados mostrando uma tendência de aumento preocupante.

Em 2023, a temperatura média global ultrapassou 1,5°C, com o ano de 2023 tendo temperatura de mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, de acordo com o Berkeley Earth. Outras entidades científicas, como a Nasa, estimam os últimos 12 meses ligeiramente abaixo dos 1,5°C de aquecimento. Apesar das pequenas diferenças nas estimativas, todos os principais conjuntos de dados concordam com a trajetória preocupante do aquecimento global.

A tendência de aquecimento a longo prazo é inquestionavelmente provocada pelas atividades humanas, principalmente pela queima de combustíveis fósseis, e a tendência do El Niño também deu um impulso extra à temperatura do ar. As temperaturas médias globais do ar começaram a exceder 1,5°C de aquecimento quase diariamente a partir do segundo semestre de 2023, persistindo em 2024.

O fim das condições do El Niño é esperado dentro de alguns meses, o que poderá permitir que as temperaturas globais se estabilizem temporariamente e depois caiam ligeiramente, mas as atividades humanas significam que as temperaturas continuarão crescendo nas próximas décadas, a menos que sejam tomadas medidas urgentes.

Apesar dos desafios, os pesquisadores ressaltam que os humanos ainda podem mudar a trajetória de aquecimento do mundo. O mundo registrou alguns progressos, com tecnologias verdes, como as energias renováveis e os veículos elétricos. Isso significa que alguns dos piores cenários de um aquecimento de 4°C ou mais neste século são agora considerados muito menos prováveis, com base nas políticas e nos compromissos atuais. Ainda se pensa que o mundo irá mais ou menos parar de aquecer quando forem alcançadas emissões líquidas zero de carbono.

Portanto, apesar dos desafios e das preocupações com o aquecimento global, os pesquisadores e especialistas concordam que a tragédia não é inevitável e que ainda há espaço para tomar medidas a fim de controlar o nível de aquecimento que o mundo experimenta, com base nas escolhas da sociedade e do planeta. A luta contra as mudanças climáticas continua, e ações urgentes para reduzir as emissões de carbono são fundamentais para evitar impactos cada vez mais graves das alterações climáticas.

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