Folionas do Carnaval poderão denunciar assédio e pedir socorro ao balançar o celular por meio do aplicativo Todas por Uma

Durante o período de Carnaval, os foliões dos blocos terão uma nova forma de denunciar assédio e pedir socorro em caso de violência. Isso será possível através do aplicativo Todas por Uma, que aciona pessoas de confiança da vítima quando ela chacoalha o celular, enviando a sua localização em tempo real.

O app criou uma página que simula informações sobre a folia de rua, com o intuito de despistar os agressores. Ao abri-lo, a página colorida com uma máscara de Carnaval e o título Bloquinho – Hoje é Dia surge na tela, e o balanço do celular acionará o sistema de ajuda.

Para utilizar o aplicativo, os usuários precisam se cadastrar previamente e indicar contatos de confiança, chamados de “anjos”, que receberão pedido de ajuda e a localização da vítima a cada 30 segundos. Além disso, o aplicativo também permite marcar e pesquisar áreas de risco, entrar em contato com autoridades e obter informações sobre a delegacia da mulher mais próxima.

O aplicativo foi criado em 2020 por Mateus de Lima Diniz, um jovem da zona norte de São Paulo, que tomou a iniciativa após presenciar a violência doméstica sofrida por sua mãe na infância. Desde o lançamento, o Todas por Uma já enviou mais de 1.500 mensagens de vítimas e foi disponibilizado em 30 países, alcançando cerca de 30 mil usuárias.

O criador do aplicativo está trabalhando, atualmente, no lançamento de um chip com inteligência artificial para ser instalado em acessórios femininos, como um relógio, que será acionado por um toque. Este chip, que se conecta às informações do app, foi batizado de Nice, em homenagem à mãe de Mateus.

No ano passado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sancionou uma lei que obriga bares, restaurantes, casas noturnas e eventos a adotarem medidas de auxílio a mulheres que se sintam em situações de risco. E o Governo Federal, por meio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e do Conselho Nacional de Justiça, lançou campanhas contra a violência no Carnaval, podendo ser denunciada pelo Disque 100.

Além disso, coletivos feministas têm divulgado informações nas redes sociais na tentativa de combater a violência contra a mulher durante o Carnaval, como exemplos de atitudes que podem ser configuradas como importunação sexual, um crime. Como beijo forçado, passada de mão e puxão de cabelo. O esforço conjunto de aplicativos e leis, juntamente com a conscientização da sociedade, mostra uma tendência crescente em combater a violência de gênero no período do Carnaval.

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