Repórter São Paulo – SP – Brasil

Bolsonaro admite caráter eleitoreiro da PEC das Bondades em vídeo que integra investigações sobre tentativa de golpe.

Em uma reunião realizada no Palácio do Planalto com a equipe de governo, o então presidente Jair Bolsonaro fez declarações que indicam o caráter eleitoreiro da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 15, conhecida como PEC das Bondades. Segundo Bolsonaro, a medida era necessária e seria capaz de angariar simpatia da população, o que evidencia a utilização da mesma para fins eleitorais.

O registro em vídeo dessa reunião foi apresentado como uma das provas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta organização criminosa e a tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023.

Durante a reunião, Bolsonaro expressou seu descontentamento com pesquisas de intenção de voto que apontavam o petista Luiz Inácio Lula da Silva como líder das pesquisas. O presidente criticou os institutos de pesquisa e questionou a segurança das urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro.

Na ocasião, o Instituto Datafolha apontava que Lula liderava a corrida presidencial, com 41% das intenções de voto no primeiro turno e vantagem significativa em um possível segundo turno contra Bolsonaro.

A PEC das Bondades foi aprovada pela comissão especial da Câmara dos Deputados apenas dois dias após a reunião no Palácio do Planalto. A proposta autoriza o governo federal a decretar estado de emergência no país, permitindo o aumento do pagamento de benefícios sociais até o final de 2022, totalizando cerca de R$ 41,25 bilhões destinados a programas sociais e auxílios financeiros a caminhoneiros e taxistas.

A utilização de medidas governamentais com fins eleitorais levanta questionamentos sobre a manipulação do Estado em favor de interesses político-partidários. A realização de investigações e a divulgação de provas como o vídeo da reunião evidenciam a necessidade de transparência e lisura nos processos políticos, visando a integridade democrática e a verdade eleitoral.

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