Barômetros econômicos globais da FGV registram queda em fevereiro, puxados para baixo pela Ásia, Pacífico e África.

A região da Ásia, Pacífico e África foi responsável por puxar para baixo os barômetros econômicos globais antecedente e coincidente da Fundação Getulio Vargas (FGV) no último mês. Após sucessivas altas dos índices, foi registrada uma queda de 1,6 ponto no Barômetro Econômico Global Coincidente e de 6 pontos no Barômetro Antecedente.

De acordo com o pesquisador do FGV Ibre Aloisio Campelo Jr., a evolução favorável dos Barômetros Globais nos meses anteriores refletia em boa medida o desempenho superior ao que se previa anteriormente da economia mundial. No entanto, o resultado de fevereiro representa uma calibragem das expectativas, mostrando que o crescimento em 2024, ainda que superior ao previsto anteriormente, permanecerá inferior ao da média dos 20 anos anteriores à pandemia de covid-19.

O pesquisador aponta que esse cenário deverá ocorrer em razão do impacto do prolongado aperto monetário na maioria dos países e dos riscos de alta de preços de commodities em decorrência de sucessivos choques geopolíticos.

A FGV também destacou que a queda do Barômetro Coincidente em fevereiro foi inteiramente determinada pelo indicador da região da Ásia, Pacífico & África, com uma contribuição negativa de 1,6 ponto, enquanto as contribuições da Europa e do Hemisfério Ocidental, de -0,2 e +0,2 ponto, respectivamente, se anularam no mês.

Os indicadores coincidentes regionais continuam flutuando na faixa dos 90 pontos, sinalizando uma recuperação ainda modesta da atividade econômica global. Entre os indicadores setoriais coincidentes, todos recuam em fevereiro, com destaque para a construção, que voltou a registrar o menor nível entre os demais, retornando à faixa dos 80 pontos.

Por sua vez, o Barômetro Global Antecedente tem a função de antecipar os ciclos das taxas de crescimento mundial entre três e seis meses. Em fevereiro, a maior contribuição negativa foi dada pela região da Ásia, Pacífico e África, de 6,1 pontos. O Hemisfério Ocidental contribui modestamente com menos 0,2 ponto, enquanto a Europa segue em direção oposta ao contribuir com 0,3 ponto para a evolução do indicador final.

A FGV observou que o indicador da Ásia, Pacífico e África reflete uma calibragem do forte otimismo registrado no mês anterior, enquanto as expectativas da Europa e Hemisfério Ocidental mantêm-se em patamar ainda favorável.

Finalmente, em fevereiro, todos os indicadores setoriais antecedentes recuam, com destaque para o da Economia (avaliações dos consumidores e agregadas empresariais), o único agora a registrar nível inferior a 100 pontos. Este cenário indica que, apesar de algumas recuperações pontuais, a situação econômica global ainda enfrenta desafios em sua trajetória de crescimento.

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