O advogado de defesa do ex-presidente, Fábio Wajngarten, confirmou a entrega do passaporte antes do meio-dia em uma publicação nas redes sociais. Ele também lembrou que, em ocasiões anteriores, os advogados já haviam consultado o Supremo em questões relacionadas a viagens de Bolsonaro.
Além do ex-presidente, outros membros do governo, como ministros e militares de alta patente, também foram alvos da operação. A suspeita é de que tenham atuado em uma tentativa de golpe ocorrida no início de 2022. Entre os investigados estão o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, o ex-ministro da Casa Civil general Walter Souza Braga Netto e o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
A operação foi desencadeada após o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid, fechar acordo de colaboração premiada com investigadores da PF. Esse acordo foi homologado pelo STF e encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR).
A decisão do STF que autorizou a operação aponta que Bolsonaro teria colaborado para a preparação de um decreto que visava viabilizar um golpe de estado no país. O documento também citou reuniões entre militares de alta patente, tanto da ativa como da reserva, onde aspectos operacionais do golpe eram discutidos.
Um dos eventos fundamentais para as investigações foi uma reunião convocada por Bolsonaro com a alta cúpula do governo federal. Nesse encontro, o então presidente teria exigido que disseminassem informações falsas sobre supostas fraudes nas eleições. Um vídeo dessa reunião foi encontrado em um dos computadores do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A apreensão do passaporte de Bolsonaro e os desdobramentos da Operação Tempus Veritatis demonstram o avanço das investigações sobre supostos atos golpistas e a participação de membros do governo. A ação da Polícia Federal com a homologação do STF reforça a importância do poder judiciário na apuração de crimes envolvendo autoridades públicas.
