Segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o padre é citado como integrante do núcleo jurídico do esquema golpista. De acordo com a decisão, o papel do grupo seria o de “assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado”.
Os agentes da PF chegaram cedo à residência do padre para uma ação de busca e apreensão de equipamentos e documentos do clérigo. Além disso, Oliveira e Silva terá de cumprir medidas cautelares, como a proibição de manter contato com os demais investigados na operação, não podendo se ausentar do país e tendo que entregar todos os seus passaportes, nacionais e internacionais até amanhã, dia 9.
O grupo jurídico do qual o padre fazia parte era composto também pelo ex-ministro da Justiça na gestão Jair Bolsonaro, Anderson Torres, pelo coronel Mauro César Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, e por Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, e Amauri Feres Saad, advogado.
A decisão do ministro descreve ainda que o padre Oliveira e Silva participou de uma reunião com Filipi Martins e Amauri Feres Saad no dia 19 de novembro de 2022 em Brasília. Os controles de entrada e saída do Palácio do Planalto registraram a presença do religioso na sede do governo federal naquela data.
Além das questões políticas, José Eduardo de Oliveira e Silva chamou a atenção nas redes sociais por postar frases polêmicas em relação à ideologia de gênero. Ele fez críticas ao anúncio feito pelo Vaticano de que os padres da Igreja Católica podem abençoar relacionamentos de casais do mesmo sexo.
A Diocese de Osasco divulgou uma nota em que afirma que, por não possuir informações oficiais das autoridades competentes, aguardará a conclusão do caso e se colocará ao lado da justiça, colaborando com as autoridades na elucidação do caso.
Apesar das tentativas de contato, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva não retornou às mensagens e não foi encontrado na Igreja de São Domingos, em Osasco.