Ministra da Igualdade Racial condena policial que atirou à queima-roupa no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, utilizou suas redes sociais para repudiar veementemente a ação de um policial militar que atirou à queima-roupa contra um homem no Complexo da Maré, localizado na zona norte do Rio de Janeiro. O incidente foi gravado em vídeo e posteriormente compartilhado na internet.

Nas imagens chocantes, o policial agride o homem negro com um fuzil, seguido pelo som de um disparo. O homem atingido parece estar desarmado, e depois é visto ferido no chão, sendo socorrido por uma mulher e perdendo uma grande quantidade de sangue. Os gritos das pessoas ao redor podem ser ouvidos claramente. Diante disso, a ministra chamou o vídeo de “aterrorizante” e afirmou que irá acompanhar de perto as investigações.

“A lei deve ser cumprida por todos, independentemente do local, raça ou renda. A imagem mostra uma ação no mínimo desproporcional. Liguei para o Ministro Lewandowski, e acompanharemos as investigações. Manifesto solidariedade à família da vítima e a toda a população da Maré, aterrorizada com esse tipo de operações”, declarou Anielle Franco. A ministra também acrescentou que esse tipo de violência não pode ser aceito em uma comunidade formada por trabalhadores, na maioria pessoas negras.

Além disso, parlamentares como a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) e a deputada estadual Renata Souza (PSOL) confirmaram a morte do homem baleado, identificado como “Jefferson”, e entraram com uma representação no Ministério Público estadual para “cobrar controle externo da operação” realizada na Maré.

A Anistia Internacional também se manifestou sobre o ocorrido, classificando as cenas de horror registradas na Maré como inadmissíveis, e exigiu investigações imparciais e responsabilização de todos os envolvidos no crime, incluindo a cadeia de comando da força policial.

Diante desses acontecimentos, a Secretaria de Estado de Polícia Militar identificou o policial envolvido na ocorrência e instaurou um procedimento para averiguar as circunstâncias do fato. A Polícia Civil, por sua vez, acionou a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) para realizar uma perícia no local, além de garantir que outras diligências estão em andamento para apurar e esclarecer todos os fatos.

O disparo contra o homem ocorreu durante uma operação policial para recuperar uma carga de veículos de luxo roubada na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré. Participaram da ação policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), além de policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque). Os agentes conseguiram recuperar 11 veículos, um carro de luxo e quatro motocicletas, que estavam em um caminhão-cegonha roubado na Avenida Brasil durante a madrugada. O motorista do caminhão também chegou a ser mantido como refém pelos criminosos.

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