Essas atividades ilegais estão afetando o meio ambiente, levando ao desmatamento e uma série de outros crimes, como grilagem de terras, tráfico de madeira e animais silvestres e mineração ilegal. Como consequência, as comunidades mais pobres e vulneráveis da Amazônia, especialmente povos indígenas e negros, sofrem as consequências desses crimes.
Portanto, é crucial priorizar a criação de economias e empreendimentos compatíveis com a floresta em pé, que podem substituir a renda gerada pelos trabalhadores envolvidos em atividades ilegais. Além disso, é fundamental seguir o dinheiro sujo para chegar aos que enriquecem com os crimes, estancar o desmatamento e regenerar a floresta.
O governo brasileiro tem avançado na criação de um Centro de Cooperação Policial Internacional em Manaus, mas a solução vai além da atuação policial. O Brasil deve priorizar o desenho e a implementação de um plano de segurança multidimensional para a região em colaboração com os países vizinhos, que dialogue com seus planos nacionais, do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Nesse sentido, foi anunciado que o Instituto Igarapé e a Polícia Federal estarão organizando um encontro regional com a participação dos países amazônicos para discutir e gerar subsídios para o enfrentamento conjunto dos ilícitos ambientais na região.
Além disso, é necessário que o Executivo e o Legislativo avancem na regulação, nos incentivos e na alavancagem de capital privado responsável para empreendimentos sustentáveis e de alta integridade nas áreas do mercado de carbono, bioeconomia, turismo sustentável e biotecnologia. Os compromissos assumidos pelo Brasil em sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) dependem das metas de redução de desmatamento, que serão verificadas e repactuadas durante a COP30.
Portanto, é urgente que o Brasil e os países da região amazônica atuem de forma cooperativa para enfrentar esses desafios, visando a preservação da floresta, o combate às atividades ilegais e o desenvolvimento sustentável da região. Essas ações são essenciais para proteger o meio ambiente e garantir o bem-estar das comunidades amazônicas. A COP30 será uma oportunidade crucial para discutir e repactuar metas de redução de emissões e promover ações concretas para enfrentar a emergência climática. Não há tempo a perder, é hora de agir.