Acordo no Senado transfere reoneração da folha de pagamento para projeto de lei com urgência constitucional

Acordo garante transferência da reoneração da folha de pagamento para projeto de lei

Após uma reunião entre líderes da base aliada no Senado e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira (6), foi decidido que a reoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia será transferida para um projeto de lei com urgência constitucional. A medida deve sair da medida provisória (MP) editada no fim do ano passado.

Os demais pontos continuarão a tramitar normalmente no Congresso, porém ainda não está definido se o governo precisará editar uma nova MP revogando a atual ou se preservará o texto editado em dezembro, retirando apenas o trecho que prevê a reoneração gradual da folha a partir de abril. O ministro Haddad confirmou as informações ao deixar o Ministério da Fazenda.

O senador Efraim Filho afirmou que o governo deverá revogar o trecho da MP 1202/2023 até o fim desta semana e encaminhar o projeto de lei. Haddad ficou de levar a proposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o Palácio do Planalto decida o caminho a seguir.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, expressou que houve um acordo no encaminhamento da proposta, mas a edição da MP em vez de um projeto de lei provocou fortes reações dentro do Congresso, tomando-se de força no debate entre os parlamentares.

A reunião que havia sido marcada com líderes partidários da Câmara, para a manhã desta terça, foi transferida para depois do Carnaval. E nesta terça-feira, representantes de 17 frentes parlamentares apresentaram um manifesto em que cobram a devolução da MP pelo presidente do Senado ou que o presidente da Câmara ponha o texto em votação imediata, para ser rejeitado.

Apesar de o acordo ter sido alcançado apenas entre a equipe econômica e os senadores, Randolfe Rodrigues afirmou que não há desgaste na relação entre o governo e a Câmara dos Deputados. Segundo ele, o adiamento ocorreu porque parte dos líderes partidários não está em Brasília nesta semana.

Em relação à notícia de que o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) teria sido alvo de fraudes, o senador informou que o ministro Haddad pediu para a Receita Federal averiguar a denúncia. No início do ano, Haddad disse que o programa fez o governo deixar de arrecadar R$ 16 bilhões no ano passado.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo