Escolas estaduais de São Paulo bloqueiam acesso a aplicativos de streaming e redes sociais em ambiente pedagógico e administrativo.

A partir desta segunda-feira, 5, os alunos das escolas da rede estadual de ensino de São Paulo não terão mais acesso a diversos aplicativos e plataformas de streaming em ambientes administrativos e pedagógicos das unidades. A medida foi anunciada pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) com o objetivo de otimizar o uso de infraestrutura tecnológica para o desenvolvimento pedagógico dos estudantes.

Os aplicativos e plataformas que serão bloqueados incluem o TikTok, Kwai, Facebook, Instagram, GloboPlay, Roblox, Netflix, Amazon Prime Vídeo, X (antigo Twitter), Twitch, HBO Max, Disney+, Steam, entre outros. A proibição tem a intenção de diminuir a distração dos estudantes em sala de aula, principalmente durante as aulas de Matemática, onde mais de 45% dos estudantes brasileiros relataram se distrair devido ao uso de dispositivos digitais.

No entanto, de acordo com um estudo realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a proibição dos aparelhos nas escolas pode não ser a solução definitiva. A pesquisa mostrou que, em escolas onde os aparelhos são proibidos, os alunos são menos propensos a se distrair durante as aulas de matemática. No entanto, 30% dos estudantes em escolas onde a utilização é proibida relataram utilizar um smartphone várias vezes ao dia, apontando para a necessidade de mais pesquisas para compreender a eficácia e o impacto das proibições.

Nesse contexto, especialistas apontam que o uso moderado dos aparelhos, seja para estudo ou lazer, dentro da escola, pode apresentar resultados positivos, como notas mais altas. Além disso, os pais também têm um papel importante no controle do uso de dispositivos digitais por parte dos filhos, podendo estabelecer limites de tempo e usar aplicativos de supervisão parental.

A pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), revelou que as crianças estão cada vez mais cedo na internet, com 24% relatando ter se conectado à rede ainda nos seis primeiros anos de vida. Isso ressalta a importância de os pais estarem atentos ao uso da tecnologia pelas crianças, especialmente com o uso de aplicativos de controle parental.

Portanto, a proibição de acesso a aplicativos e plataformas sem fins educativos nas escolas estaduais de São Paulo representa um esforço para melhorar o ambiente de aprendizado dos alunos, mas é essencial que outras medidas de controle e supervisão sejam adotadas para garantir um uso saudável da tecnologia.