Conselheiros acionam Ministério Público contra doação de aves do Parque da Água Branca, em São Paulo, alegando crime.

O Ministério Público do Estado de São Paulo foi acionado por conselheiros do parque da Água Branca, na zona oeste da capital paulista, devido à proposta de doação de aves que vivem no espaço. Os conselheiros alegam que os animais são considerados patrimônio público e retirá-los do atual habitat configuraria um crime. O pedido foi protocolado na última sexta-feira (2) e aguarda análise por parte do órgão.

Atualmente, o parque abriga cerca de 2.600 aves, incluindo galinhas, patos e pavões. A proposta da Reserva Parques, concessionária responsável pela administração do local desde 2022, é reduzir essa população para 800 animais. No entanto, segundo o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico), é proibido matar os ovíparos que habitam o parque, uma vez que o local é tombado.

A administração do parque pretende ceder parte das aves para uma ONG, mantendo alguns exemplares para atividades educativas destinadas aos frequentadores. De acordo com a empresa responsável, a decisão está baseada em um estudo realizado em 2018 que aponta para a necessidade de redução da população de aves no parque.

No entanto, a proposta de doação das aves tem gerado controvérsias. Os animais, que antes circulavam livremente pelo local, foram confinados no último ano devido ao alerta de gripe aviária no país. De acordo com normas sanitárias, se um espécime for contaminado, os demais devem ser abatidos. A medida segue em vigor por tempo indeterminado.

A denúncia encaminhada à Promotoria elenca os possíveis malefícios de dar outro destino às aves, como a gourmetização do parque. Regina de Lima Pires, uma das cinco pessoas que assinaram a representação, afirma estar disposta a enfrentar “essa batalha” pelas aves do local, defendendo que os animais fazem parte da identidade do parque.

Fundado em 1929, o parque da Água Branca foi idealizado para abrigar exposições e provas de agropecuária. A população de aves domésticas habita o local desde então, tornando-se parte da história e identidade do parque. A questão da doação das aves continua sendo discutida entre os envolvidos, aguardando a decisão do Ministério Público.

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