Brasil estuda ampliar oferta de vacinas contra a dengue no país, afirma a ministra da Saúde Nísia Trindade.

O Brasil é o primeiro país do mundo a disponibilizar vacinas contra a dengue no sistema de saúde pública. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou no último sábado (03/02) que o governo está estudando a ampliação da oferta de imunizantes. Durante a abertura do Centro de Operações de Emergências (COE) contra a dengue, em Brasília, a ministra revelou que reuniões foram realizadas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan para tratar do assunto. A expectativa é que esse esforço resulte em uma ampliação significativa na disponibilidade das vacinas.

A primeira remessa com cerca de 757 mil doses já chegou ao Brasil, fazendo parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela Takeda, a farmacêutica responsável pela Qdenga. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está prevista para ser entregue em fevereiro, e a previsão é que o país receba um total de 5,2 milhões de doses ao longo deste ano. Inicialmente, a vacina será aplicada na população de 10 a 14 anos em regiões endêmicas, abrangendo 521 municípios. Além disso, para 2025, a pasta já contratou outras 9 milhões de doses.

No entanto, a ministra destacou que mesmo com a ampliação da oferta, os impactos imediatos no combate à doença serão limitados nos primeiros meses. As vacinas adquiridas para 2024 e 2025 são parte de um esforço para ampliar a oferta, mas não terão um impacto significativo no curto prazo. Mesmo com essa ressalva, a oferta do imunizante representa um avanço importante no combate à dengue.

No mesmo evento, o Ministério da Saúde informou que o COE contra a dengue vai ampliar o monitoramento da situação da doença no país, oferecendo orientações para a vigilância, controle de vetores e análise de dados. Até o momento, de janeiro em diante, o Brasil registrou cerca de 243.721 casos prováveis de dengue, com pelo menos 29 mortes confirmadas e outras 170 em investigação.

A situação é mais preocupante em alguns municípios do Acre, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, onde há concentração nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. No entanto, segundo a ministra, isso não caracteriza um quadro de emergência ou epidemia nacional, mas sim locais. As condições ambientais, como chuvas e altas temperaturas, favorecem o aumento das arboviroses, tornando a prevenção e o controle dos criadouros do mosquito ainda mais importantes.

O Ministério da Saúde reforça que a principal medida de prevenção é a eliminação dos criadouros do mosquito, além de ressaltar a importância de receber os agentes de combate a endemias e agentes comunitários de saúde, que vão ajudar a encontrar e eliminar possíveis criadouros. Os sintomas da dengue, chikungunya ou zika incluem febre de início abrupto, dores no corpo e articulações, fraqueza, erupção na pele, náuseas, vômitos e dores abdominais. A orientação é procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo assim que surgirem os primeiros sintomas.

Dessa forma, a ampliação da oferta de vacinas e as ações preventivas e de controle do Ministério da Saúde representam medidas importantes no combate à dengue e outras arboviroses, visando a proteção e a saúde da população brasileira.

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