Em 2022, o consórcio já havia adquirido a concessão da Chapada dos Guimarães por R$ 1 milhão, representando um ágio de 9% em relação ao mínimo para cada lance. No entanto, o leilão foi suspenso pelo TCU (Tribunal de Contas da União) a pedido da MT Par, empresa de economia mista cujo maior sócio é o governo de Mato Grosso. O governo estadual alegava irregularidades no conteúdo e divulgação do edital de concessão, publicado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade).
Dessa forma, na última segunda-feira, o governo decidiu abrir mão de participar da licitação, alegando um desgaste entre a gestão estadual e o ICMBio. “Nesse período tivemos muitos embates e sentimos muita resistência do ICMBio. O que deixou o ambiente de relacionamento desgastado. Assim, fizemos a opção de deixar que seguissem com o rumo planejado, sem participar do leilão”, afirmou a MT Par em nota.
Segundo o Ministério do Turismo, o consórcio Parques FIP deverá investir R$ 18 milhões em infraestrutura nos próximos cinco anos, destinados à implementação de sistemas de trilhas, reforma de edifícios existentes, melhoria do transporte interno, entre outros. Além disso, a pasta prevê um investimento de R$ 179 milhões em operação e gestão do parque ao longo dos 30 anos de contrato. Estima-se que a concessão gerará 900 empregos diretos e indiretos.
O Parques FIP, que já administra o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e o Parque Caminho do Mar, em São Paulo, obteve a proposta de concessão da Chapada dos Guimarães elaborada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em parceria com a Unesco e os ministérios do Meio Ambiente e Turismo.
A concessão do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães foi solicitada pelo ICMBio em 2019 e faz parte de um projeto de licitação de outras unidades de conservação, como o Parque Nacional de Jericoacoara, no Ceará. Em 2021, o BNDES começou a ajudar nos estudos para os processos de concessão dessas áreas. No caso do Parque Nacional de Jericoacoara, o leilão foi realizado no dia 30 de janeiro de 2021, com a concessão sendo arrematada por R$ 61 milhões. A expectativa é que a concessão da Chapada dos Guimarães gere benefícios para a preservação do meio ambiente e ações de apoio ao ecoturismo, além de contribuir para a criação de empregos na região. O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães é uma área de grande importância ambiental, fazendo parte do Pantanal, considerado patrimônio natural da humanidade pela Unesco. Com sua concessão à iniciativa privada, espera-se um aumento nas condições de visitação, favorecendo o ecoturismo e a realização de pesquisas científicas e atividades de conservação ambiental.
