Novo diretor-adjunto da Abin vê com tranquilidade e entusiasmo possibilidade de esclarecer irregularidades na gestão anterior

O novo diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Marco Cepik, afirmou em entrevista exclusiva à TV Brasil que a direção da agência está tranquila e entusiasmada com a possibilidade de esclarecer possíveis irregularidades na gestão anterior. Ele assumiu o cargo após a exoneração de Alessandro Moretti, na última terça-feira (30), em meio a uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto esquema de produção de informações clandestinas durante a gestão do então diretor e atual deputado federal, Alexandre Ramagem.

Uma das preocupações da investigação é o possível monitoramento ilegal de opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o vereador Carlos Bolsonaro. O deputado federal Eduardo Bolsonaro classificou a operação como “ato ilegal” e “imoral”. Apesar disso, Cepik afirmou que seu antecessor não é investigado e não há suspeição sobre ele, mas a exoneração ocorreu para evitar dúvidas.

Sobre a possível participação de servidores da Abin nas irregularidades, Cepik destacou que, se for uma hipótese investigativa, a apuração será conduzida pela Corregedoria da Abin, pela Corregedoria-Geral da União e pela Polícia Federal. Ele ressaltou a importância de esclarecer o uso indevido de ferramentas de geolocalização, como o software espião “first mile”, e todas as outras ações realizadas sob a gestão anterior.

Antes de assumir o cargo de diretor-adjunto, Cepik foi diretor da Escola de Inteligência da Abin. Ele informou que a direção da Abin instaurou uma sindicância interna, transferida posteriormente para Corregedoria-Geral da União, para investigar as irregularidades. Cepik enfatizou que é do máximo interesse da instituição a identificação exata do uso da ferramenta e das pessoas que podem ter sido espionadas, mas destacou que esta decisão caberá ao juízo.

Por fim, Cepik afirmou que a direção da Abin está comprometida em colaborar com as investigações e que irá aguardar as determinações do Supremo Tribunal Federal e da justiça sobre quais informações do inquérito serão divulgadas ao público. Ele ressaltou a importância de não prejudicar a correta apuração dos fatos.

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