A trajetória de De Moraes foi marcada por uma diversidade de interesses, que o levaram a considerar seguir carreira como padre e advogado antes de se apaixonar pela comunicação. Apesar de ter ingressado no curso de direito da USP, foi o jornalismo que conquistou sua alma, e ele ingressou na Folha inicialmente como revisor em 1957, permanecendo no jornal como repórter por 12 anos.
Além de sua atuação no jornalismo, De Moraes foi eleito presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo entre 1978 e 1981, destacando-se pela defesa dos direitos dos trabalhadores e na luta contra a ditadura. Durante seu mandato, ocorreu a histórica greve dos jornalistas em 1979, além da paralisação dos metalúrgicos do ABC, apoiada pelo sindicato, e a luta contra o fechamento da TV Tupi.
A participação ativa de De Moraes não se limitou ao jornalismo. Ele também foi envolvido na criação do Partido dos Trabalhadores e trabalhou na assessoria de vereadores do PT na Câmara Municipal de São Paulo.
O jornalista faleceu aos 87 anos em decorrência de um câncer de próstata metastático, deixando uma filha e quatro netos. Sua filha, também jornalista, destacou a memória prodigiosa de De Moraes e seu envolvimento ativo na vida familiar.
A morte de David De Moraes representa uma perda significativa para o jornalismo brasileiro, deixando um legado de coragem, determinação e comprometimento com a liberdade de expressão e com a defesa dos direitos humanos. Seu exemplo continuará inspirando gerações futuras de jornalistas e defensores da democracia.