Jornalista crítico da ditadura e defensor da democracia, David de Moraes morre aos 87 anos vítima de câncer.

O jornalismo perdeu um dos seus grandes nomes com a morte de David De Moraes, crítico da ditadura militar e defensor da democracia. Nascido em Ibiúna, no interior de São Paulo, em 1936, o jornalista se destacou por sua atuação em defesa dos direitos dos trabalhadores e na luta contra a censura durante os anos mais sombrios do regime militar no Brasil.

A trajetória de De Moraes foi marcada por uma diversidade de interesses, que o levaram a considerar seguir carreira como padre e advogado antes de se apaixonar pela comunicação. Apesar de ter ingressado no curso de direito da USP, foi o jornalismo que conquistou sua alma, e ele ingressou na Folha inicialmente como revisor em 1957, permanecendo no jornal como repórter por 12 anos.

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Além de sua atuação no jornalismo, De Moraes foi eleito presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo entre 1978 e 1981, destacando-se pela defesa dos direitos dos trabalhadores e na luta contra a ditadura. Durante seu mandato, ocorreu a histórica greve dos jornalistas em 1979, além da paralisação dos metalúrgicos do ABC, apoiada pelo sindicato, e a luta contra o fechamento da TV Tupi.

A participação ativa de De Moraes não se limitou ao jornalismo. Ele também foi envolvido na criação do Partido dos Trabalhadores e trabalhou na assessoria de vereadores do PT na Câmara Municipal de São Paulo.

O jornalista faleceu aos 87 anos em decorrência de um câncer de próstata metastático, deixando uma filha e quatro netos. Sua filha, também jornalista, destacou a memória prodigiosa de De Moraes e seu envolvimento ativo na vida familiar.

A morte de David De Moraes representa uma perda significativa para o jornalismo brasileiro, deixando um legado de coragem, determinação e comprometimento com a liberdade de expressão e com a defesa dos direitos humanos. Seu exemplo continuará inspirando gerações futuras de jornalistas e defensores da democracia.

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