Polícia Federal desmantela esquema de venda de dados de autoridades federais em operação I-Fraude, movimentando R$10 milhões.

A Polícia Federal deflagrou uma operação na manhã desta quarta-feira (31) para investigar um grupo que teria movimentado R$ 10 milhões com a venda de dados pessoais de autoridades federais. Chamada de I-Fraude, a ação apura crimes de invasão de dispositivo informático, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

De acordo com informações obtidas pela Folha, os dados acessados incluem informações do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, de ministros do Supremo Tribunal Federal e do governo. A Polícia Federal revelou que os integrantes do grupo invadiam bancos de dados dos sistemas federais e disponibilizavam as informações roubadas para consulta em um site criado por eles.

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Na operação, foram cumpridos 11 mandados de busca em São Paulo, Pernambuco, Rondônia, Minas Gerais e Alagoas, todos expedidos pela 12ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal. Segundo a PF, o site no qual os dados roubados estavam disponíveis continuou ativo até as 16h desta quarta-feira, e o acesso às informações era vendido por R$ 30.

O painel de consulta do site oferecia a possibilidade de busca por CPF, CNPJ, Carteira Nacional de Habilitação, nome da mãe e informações sobre vacinação de Covid. A PF afirmou que o painel contava com aproximadamente dez mil assinantes e uma média de dez milhões de consultas mensais.

Além disso, os investigadores identificaram que os usuários do site variavam desde integrantes de facções criminosas até servidores das forças de segurança. Para estes últimos, o acesso era oferecido de forma gratuita, mas exigia o envio de foto da carteira funcional para comprovação de identidade. Com isso, os criminosos conseguiram cadastro, com foto, de milhares de servidores da segurança pública.

A PF ressaltou que a descoberta desse grupo que comercializava dados pessoais ilicitamente fomenta a indústria de intrusão em bancos de dados, principalmente de órgãos públicos, incentivando a ação de grupos especializados nesse tipo de crime. Caso seja comprovada a participação dos envolvidos nos crimes, as penas podem chegar a 23 anos de prisão.

A operação I-Fraude representa um avanço na investigação de crimes cibernéticos e na proteção de dados pessoais, demonstrando a atuação eficaz da Polícia Federal nesse tipo de crime. A apreensão de documentos e equipamentos eletrônicos durante a operação deve fornecer informações cruciais para a identificação e punição dos envolvidos nesse esquema ilegal.

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