Incêndio no edifício Joelma há 50 anos impulsionou reforma na regulamentação de prevenção a incêndios em São Paulo.

Fogo e tragédia, 50 anos depois: a evolução das normas anti-incêndio em São Paulo

Em 1974, o incêndio no edifício Joelma, localizado na cidade de São Paulo, foi um dos maiores desastres do país, causando uma comoção nacional. Um equipamento de ar condicionado em chamas se transformou em um inferno que se alastrou rapidamente, atingindo quatro andares em menos de meia hora. No entanto, o que tornou a tragédia ainda mais lamentável foi a falta de sistemas de alarme de incêndio, treinamento para situações de emergência, portas corta-fogo, escadarias intransitáveis e fiação elétrica desprotegida de materiais inflamáveis.

A ausência desses elementos básicos de segurança fez com que o incêndio chegasse a proporções trágicas, marcando um marco na história da cidade. No entanto, essa tragédia serviu como ponto de virada para a reforma no regulamento de prevenção a incêndios em São Paulo, com a implementação de normas mais rígidas e exigentes para edifícios e construções.

O caso do edifício Joelma impulsionou uma grande mudança no regulamento, com a implementação de saídas de emergência, escadas isoladas de incêndio, sinalização e iluminação de rotas de fuga, além da condicionando alvarás e licenças de funcionamento à fiscalização de segurança. Essa reforma, que já estava sendo discutida em decorrência do incêndio no edifício Andraus em 1972, marcou um novo capítulo na história da segurança contra incêndios na cidade de São Paulo.

No entanto, a reformulação do Código de Obras e a criação do telefone 193 para atendimentos emergenciais foram medidas que demoraram a ser efetivadas, mostrando que a evolução das normas de segurança é um processo gradual. A adaptação de prédios antigos às novas regras também se tornou obrigatória, mas,apesar disso, ainda existe um desafio na aplicação efetiva das normas.

A maior dificuldade na adaptação de prédios antigos é o chamado sistema de compartimentação, que serve para impedir o avanço do fogo de uma sala para outra e de um andar para outro. Além disso, exigências de materiais que tenham resistência mínima ao fogo para o acabamento de pisos, paredes e dutos também têm sido um desafio para a implementação eficaz das normas de segurança.

Portanto, 50 anos após o incêndio no edifício Joelma, a cidade de São Paulo passou por uma evolução significativa em termos de segurança contra incêndios, mas ainda há desafios a serem superados, principalmente no que diz respeito à adaptação de prédios antigos às novas normas. A tragédia marcou um ponto de virada na regulamentação de prevenção a incêndios na cidade, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para garantir a segurança de todos os cidadãos.

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