O incidente ocorreu a 110 quilômetros a oeste de Boa Vista, e a FAB e a Polícia Federal foram acionadas para monitorar o avião suspeito que estava envolvido em tráfico ilícito na região. Três aeronaves da Força Aérea participaram da missão, dando ordem para que o Cessna pousasse, ordem esta que foi ignorada pelo piloto. Diante da desobediência, foi necessário o uso do Tiro de Aviso para forçar o pouso.
Após a aterrissagem, um helicóptero com militares do Grupamento de Segurança e Defesa da Base Aérea de Boa Vista (GSD-BV) e agentes da PF foram enviados para o local, onde a aeronave foi apreendida, mas o piloto não foi encontrado. A Zida foi criada por decreto presidencial com o objetivo de reforçar o combate ao garimpo ilegal na terra indígena Yanomami, dividindo a região em áreas reservada, restrita e proibida.
Esta área é alvo constante de garimpeiros, o que vem gerando preocupação desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou estado de emergência na região devido ao avanço da malária e da violência no ano passado. No entanto, as lideranças indígenas afirmam que ainda há problemas nas operações de combate aos crimes ambientais, apontando a insuficiência do poder público, inclusive das Forças Armadas.
Em 2021, foram registradas 308 mortes de indígenas no território, apenas 10% a menos do que as 343 vítimas em 2020. A exposição à criminalidade tem afetado o trabalho dos profissionais de saúde que atuam na região e dificultado a abertura de postos de saúde, de acordo com o governo federal. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) aponta que a estrutura na área é insuficiente e a greve dos servidores do Ibama está prejudicando a fiscalização ambiental na região, que faz fronteira com a Venezuela e abrange aproximadamente 9,6 milhões de hectares no Amazonas e em Roraima.