Repórter São Paulo – SP – Brasil

Copom do Banco Central decide corte na taxa básica de juros, a Selic, com previsão de redução para 11,25% ao ano.

Hoje é um dia decisivo no cenário econômico do Brasil, já que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) irá anunciar a decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa é que, mesmo com a recente alta do dólar e os juros altos nos Estados Unidos, o Copom decida reduzir a Selic, que está atualmente em 11,75% ao ano, para 11,25% ao ano. Esse possível corte representaria o quinto desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário.

Nos comunicados das últimas reuniões, o Copom expressou a previsão de cortes de 0,5 ponto percentual nos próximos encontros, com o consenso entre os diretores do BC e o presidente do órgão, Roberto Campos Neto. Essa previsão também é respaldada pela mais recente edição do boletim Focus, uma pesquisa semanal com analistas de mercado, que aponta para a diminuição de 0,5 ponto percentual na taxa básica. O mercado financeiro espera que a Selic encerre o ano em 11,25% ao ano.

Na última reunião do Copom, em dezembro, o colegiado demonstrou preocupação com as contas públicas e apontou riscos de um possível repique do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial. Além disso, a incerteza observada nos mercados, com reflexo nas expectativas de inflação, está ligada à capacidade do governo de executar medidas fiscais compatíveis. A perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos e conflitos internacionais também são fatores que complicam a tarefa do BC de baixar os juros.

O IPCA encerrou 2023 com alta de 4,62%, dentro das expectativas, mesmo com a pressão dos combustíveis. Esses números amparam a expectativa de que a inflação para 2024 fique em torno de 3,81%, dentro do intervalo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação e é utilizada nas negociações de títulos públicos. A sua alteração, para mais ou para menos, tem impacto direto na economia, afetando desde o crédito ao consumo até a expansão da atividade econômica como um todo. Em um cenário de corte na Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, estimulando a produção e o consumo.

A meta de inflação definida pelo BC para 2024 é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, e a expectativa é de que o IPCA encerre o ano em 3,5%. Mais informações serão divulgadas no próximo relatório de inflação, que está previsto para o fim de março. A decisão do Copom será anunciada ainda hoje, e os olhos do mercado estarão atentos a qualquer movimentação.

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