PF investiga vereador Carlos Bolsonaro por uso ilegal da Abin para obter informações sobre investigações contra Jair Bolsonaro e seus filhos.

A Polícia Federal (PF) está investigando se o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) utilizava seus assessores para obter informações de maneira ilegal por meio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A suspeita foi revelada em um relatório de investigação que serviu de base para a operação desta segunda-feira (29) contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Uma das mensagens obtidas pelos investigadores mostra Luciana Almeida, apontada como assessora de Carlos Bolsonaro, entrando em contato com Priscila Pereira e Silva, identificada como assessora do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, para pedir “ajuda” da “Abin paralela”.

De acordo com o relatório, a solicitação envolvia dados sobre as investigações contra Jair Bolsonaro e seus filhos. O conteúdo da mensagem de WhatsApp incluía uma solicitação de ajuda da Delegada da PF, Dra. Isabela Muniz Ferreira, e envolvia dados sobre inquéritos relacionados ao Presidente e seus três filhos.

Após analisar o material apreendido, a PF passou a desconfiar de que os contatos entre Carlos Bolsonaro e Ramagem eram realizados por meio de seus assessores. O relatório afirma que a comunicação entre os investigados Alexandre Ramagem e Carlos Bolsonaro era mediada por seus respectivos assessores, conforme revelado pela IPJ 183071/2024.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que autorizou as buscas e apreensões, argumentou que as provas obtidas até o momento demonstram a existência de uma “organização criminosa” para realizar atividades clandestinas na Abin.

Ele alega que os elementos de prova colhidos indicam que a organização criminosa infiltrada na Abin se valeu de métodos ilegais para realizar ações clandestinas direcionadas contra opositores ideológicos e fiscalizar investigações em face de aliados políticos.

Em outra ação, o ministro autorizou buscas contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin durante o governo de Jair Bolsonaro. Segundo o processo, Ramagem, policiais, delegados da PF cedidos para a Abin e servidores do órgão teriam participado de uma organização criminosa para monitorar ilegalmente autoridades públicas, conhecida como “Abin paralela”.

Até o momento, não houve contato com a defesa de Carlos Bolsonaro. Pelas redes sociais, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, irmão do vereador, classificou a operação como um ato ilegal e imoral. Ele criticou a ampliação da ordem judicial, alegando que isso representa um ato ilegal e imoral.

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