A pesquisa, liderada por equipes da UCLA e da Universidade de Oslo, foi publicada na última sexta-feira (26) na revista Science Advances. O estudo se baseou em varreduras subterrâneas feitas pelo rover ao longo de vários meses de 2022, enquanto percorria a superfície marciana, do fundo da cratera até áreas com características semelhantes, do espaço, aos deltas de rios encontrados na Terra.
O instrumento de radar Rimfax, do rover, permitiu que os cientistas olhassem para o subsolo e obtivessem uma visão transversal de camadas rochosas a 20 metros de profundidade. Essas camadas forneceram evidências de que sedimentos do solo transportados pela água foram depositados na cratera Jerezo e em seu delta por um rio que o alimentava, assim como ocorre em lagos na Terra.
Os dados coletados também mostraram que mesmo as rochas vulcânicas da região apresentavam sinais de alteração devido à exposição à água. Este estudo mais recente valida o trabalho anterior feito pelos cientistas em Marte e reforça a tese de que o planeta já foi hospitaleiro para a vida.
A descoberta traz ainda mais expectativa, já que amostras do material coletado na cratera Jerezo foram guardadas pelo Perseverance e, no futuro, serão enviadas à Terra para análises mais aprofundadas.
Essa confirmação é vista como uma vitória para os cientistas, especialmente após as surpresas encontradas em estudos anteriores, que revelaram rochas vulcânicas em locais onde se esperava encontrar rochas sedimentares. No entanto, a análise remota dessas amostras mostrou sinais de erosão devido à exposição à água, o que reforçou a ideia de uma história geológica complexa em Marte.
O pesquisador responsável pelo estudo, Paige, destacou a importância dessas descobertas, afirmando que a presença de sedimentos de lago é uma das principais razões que motivaram a escolha do local de exploração do rover. Ou seja, a confirmação desses sedimentos é uma boa notícia para a comunidade científica.