No entanto, os números divulgados podem estar subestimados, uma vez que o painel de monitoramento de casos da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) apontou a existência de 21.573 casos prováveis de dengue e 5.867 de chikungunya até a última sexta-feira, 26. Esses dados colocam Minas Gerais como o terceiro estado brasileiro a decretar emergência devido às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em 2024, seguindo os passos de Acre e Distrito Federal.
Com a decretação da situação de emergência, o governo de Minas Gerais adquire a capacidade de tomar medidas administrativas para enfrentar a crise de saúde pública, inclusive agilizando compras de insumos e materiais para o tratamento e prevenção das doenças e contratação de serviços de controle de arboviroses.
Além disso, está prevista a instalação de um Centro de Operações de Emergências de Arboviroses, a ser coordenado pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais, visando o monitoramento e a gestão da situação de emergência no estado.
Um fato preocupante é a detecção do sorotipo 3 da dengue, que não circulava de forma epidêmica no Brasil há 15 anos, além dos sorotipos 1 e 2 também estarem em circulação. Nas três primeiras semanas epidemiológicas de 2024, o Brasil registrou mais de 120 mil casos prováveis de dengue, mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior.
Com o objetivo de combater a disseminação das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, além das medidas de controle do mosquito, o Ministério da Saúde planeja iniciar um programa de vacinação contra a dengue, priorizando as crianças de 10 a 14 anos de idade. A vacinação está prevista para começar em fevereiro e tem o objetivo de conter o avanço das arboviroses no país.
Seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde optou por iniciar a vacinação nessa faixa etária, pois concentra o maior número de hospitalizações. A vacinação será realizada em 521 municípios de 16 estados e no Distrito Federal, sendo uma medida de extrema importância diante da gravidade da situação de emergência em saúde pública em Minas Gerais e em outras regiões do Brasil.