Gerente trans de agência bancária no Brás enfrenta agressão verbal e luta por ambiente inclusivo e respeitoso.

Agressão verbal, discriminação e preconceito: uma realidade enfrentada por muitos trabalhadores e trabalhadoras, inclusive em um dos maiores bancos públicos do país. No centro de São Paulo, Marcela Bosa, gerente-geral do banco, mulher trans, vivenciou uma situação lamentável no ano passado. Um cliente proferiu palavras machistas, racistas e homofóbicas, direcionadas não só aos funcionários da agência, mas também à própria Marcela.

Para defender a equipe e denunciar o crime, Marcela chamou a polícia, resultando na prisão do agressor, embora tenha sido por apenas um dia. Uma atitude corajosa de alguém que atua em um verdadeiro caldeirão multicultural, recebendo imigrantes e comerciantes de outros estados, em uma das regiões mais diversificadas de São Paulo.

Ela enfrenta desafios constantes e embaraçosos, frequentemente tendo que driblar comentários inadequados e situações constrangedoras. Mesmo assim, Marcela destaca a importância de sua equipe e de seu papel como líder, comprometida em criar um ambiente inclusivo e respeitoso.

Além de sua trajetória profissional e das adversidades que enfrenta diariamente, Marcela também teve que lidar com o preconceito e a falta de compreensão dentro de sua própria família, depois de revelar sua verdadeira identidade de gênero. Uma situação que a fez cortar relações com o próprio pai e impactou significativamente suas relações familiares.

Porém, mesmo diante de tantos obstáculos, Marcela decidiu compartilhar sua história e escrever um livro, “Ma – Eu. Mulher. Trans.”, buscando combater o preconceito e desafiar estereótipos, normalizando as experiências de pessoas trans e promovendo a aceitação da diversidade. Uma atitude de militância e inspiração em meio às dificuldades.

Além de Marcela, outras pessoas trans enfrentam desafios semelhantes, inclusive no ambiente corporativo. Theo Linero, homem trans e assessor de captação e investimentos no mesmo banco, destaca suas próprias experiências e a importância de iniciativas que visam promover a diversidade e inclusão, como a comissão de diversidade criada pela instituição financeira.

Essa comissão busca abordagens mais atualizadas e inclusivas, considerando a inclusão de pessoas negras, neurodivergentes, autistas, pessoas com deficiência, população LGBTQIAP+ e mulheres. Seguindo um caminho de construção de um ambiente de trabalho mais diverso e acolhedor para todos.

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