Nesse período, os blocos se fortaleceram e, atualmente, fogem do improviso para atuações mais planejadas e profissionais. Além disso, algumas agremiações como o Bloco Mulheres do ABC, por exemplo, adotam abordagens temáticas e levantam bandeiras de luta, como questões feministas. Este ano, o bloco pretende sensibilizar a população para os casos de feminicídio na região.
A co-idealizadora do bloco, Rita Dionísio, relata que o Mulheres do ABC surgiu com o propósito de firmar o território na região, exclusivamente para mulheres. O grupo iniciou com 15 integrantes e hoje conta com cerca de 60 mulheres. Além disso, as coreografias ganharam espaço e um corpo de dança se formou.
O tema do Carnaval deste ano abordará o feminicídio, visto que é uma questão recorrente no movimento feminista. “Esse é um meio que temos para levar a mensagem através da nossa música, da nossa camiseta e com o microfone na mão”, diz Rita.
Em Ribeirão Pires, o Bloco dos Gêmeos já se tornou uma tradição na cidade. O nome nasceu do aniversário dos irmãos Renan e Renê Chimati. Renan conta que desde a primeira edição, os convidados vêm vestidos com roupas iguais, como gêmeos. O bloco contará com um carro de som e um puxador de samba neste ano, demonstrando sua evolução cultural.
Em Diadema, o bloco Batuque Abayomi integra a programação oficial da Prefeitura, e será composto exclusivamente por mulheres. O grupo surgiu como uma oficina de verão em 2011 e hoje se reúne todas as terças na Casa do Hip Hop.
As prefeituras de Santo André, São Caetano, Mauá e Rio Grande da Serra estão preparando atividades especiais para o Carnaval, trazendo alegria para toda a região.
Apesar de todos os desafios, os blocos carnavalescos têm se organizado para manter a tradição do Carnaval de rua vivo na região do ABC, propiciando alegria, cultura e tradição para os moradores. A esperança é que essa tradição continue a crescer e fortalecer ainda mais a identidade cultural do ABC.