Aquecimento global castiga países menos desenvolvidos e impacto é maior para os mais pobres, aponta estudo recente.

O Brasil tem enfrentado uma série de desastres naturais que têm impactado a vida de muitas pessoas, especialmente as mais vulneráveis. As imagens de casinhas e barracos inundados ou danificados pela água lamacenta têm sido cada vez mais comuns, deixando muitos moradores pobres sem suas posses e aparelhos. Porto Alegre, Belo Horizonte e Sorocaba estão entre as cidades afetadas por essas tragédias.

Na Vila do Sahy, as sirenes tocaram para alertar os moradores sobre o risco de desabamentos, trazendo à memória a tragédia que aconteceu há menos de um ano e levou 64 vidas. Enquanto isso, do outro lado do globo, na China, um deslizamento de terra resultou na morte de cinquenta pessoas. Além disso, imagens impactantes da ressaca monstruosa arrombando portas e janelas nas ilhas Marshall, no oceano Pacífico, viralizaram, destacando a intensidade dos fenômenos naturais.

Todos esses eventos extremos estão ligados à crise do clima desencadeada pelo aquecimento global, que tem levado a mudanças drásticas no clima ao redor do mundo. Enquanto alguns negam que a atmosfera esteja esquentando devido aos gases do efeito estufa, a ciência encontra cada vez mais apoio nos desastres que se acumulam e nos chamados estudos de atribuição.

Um levantamento da rede global de pesquisadores World Weather Attribution anunciou que a mudança climática foi muito mais determinante do que El Niño para a seca de 2023 na Amazônia. E quem mais sofre com a estiagem são os mais vulneráveis: ribeirinhos, pescadores, pequenos agricultores e comunidades indígenas que veem seu meio de subsistência e transporte convertido em um deserto.

A situação também ressalta a desigualdade no impacto do aquecimento global, com os habitantes de países e áreas menos desenvolvidas sendo os mais afetados. Enquanto, por exemplo, enchentes ocorrem em cidades afluentes, estas possuem mais recursos, serviços e seguros para enfrentar os desastres. O tema da justiça climática tem ganhado destaque como uma forma de lidar com a desigualdade nas consequências das mudanças climáticas.

A polêmica em torno do “racismo ambiental” também é levantada, mas a questão principal continua sendo a desigualdade que coloca os mais pobres como as maiores vítimas do aquecimento global. A revolta desigualdade no Brasil e em outras nações tem preocupado os especialistas, que buscam formas de lidar com os impactos cada vez maiores das mudanças climáticas.

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