De acordo com Eder Gatti, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, a escolha da faixa etária se baseou no fato de que o grupo de 10 a 14 anos concentra o maior número de hospitalizações entre as crianças. Durante o período de janeiro de 2019 a novembro de 2023, foram registradas 16,4 mil internações nessa faixa etária, ficando atrás apenas dos idosos.
A seleção das cidades seguiu critérios como grande porte, mais de 100 mil habitantes, alta transmissão de dengue entre 2023 e 2024, predominância do sorotipo 2 da dengue, e a definição das regiões de saúde. As autoridades enfatizaram que, embora a vacinação aconteça ao longo do ano, os efeitos não serão imediatos. O foco do combate à doença continuará sendo ações combinadas, incluindo o controle do mosquito Aedes Aegypti e a conscientização sobre a eliminação de criadouros.
Nísia Trindade, ministra da Saúde, ressaltou a segurança e qualidade do imunizante da Takeda, responsável pela Qdenga, porém alertou que os impactos da vacinação não serão imediatos. A preocupação com o cenário epidemiológico também foi destacada, com mais de 120 mil casos prováveis de dengue registrados nas três primeiras semanas epidemiológicas deste ano.
Com relação à vacinação, a estimativa do Ministério da Saúde é vacinar 3,2 milhões de pessoas com as 6,5 milhões de doses disponíveis para 2024. A vacinação consistirá em duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. Para 2025, o ministério já contratou 9 milhões de doses.
O Brasil enfrenta a circulação dos quatro sorotipos do vírus da dengue (1, 2, 3 e 4) e atingiu o segundo maior número de casos prováveis da doença desde 2000. A preocupação com a expansão do sorotipo 2 também foi mencionada pelas autoridades.
As autoridades ressaltaram que a vacina da Takeda foi licenciada com dados robustos de segurança e eficácia, porém salientaram a importância de acompanhar seu desempenho ao longo dos anos. Eles também adiantaram que a faixa etária elegível para a vacinação deve ser ampliada a partir do ano que vem.
A secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, que representou o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) na coletiva, relatou o cansaço das equipes de saúde devido à emergência da covid-19 e ao surto de dengue. A vacina para a dengue é uma medida que visa a proteção das crianças e a redução dos impactos da doença no país. A expectativa é que a vacinação contribua para a diminuição do número de hospitalizações e casos graves de dengue.
