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Onda de Calor Mata 48 Mil Brasileiros em Duas Décadas, diz Estudo Inédito publicado na Revista Científica Plos One

Brasil enfrenta aumento drástico de ondas de calor
Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um aumento significativo no número de ondas de calor. Segundo dados inéditos compilados em um estudo publicado na Plos One, entre 2010 e 2020 o país enfrentou de 3 a 11 ondas de calor por ano, quase quatro vezes mais do que na década de 1970, quando eram registrados de zero a no máximo três desses eventos climáticos extremos. As consequências dessas ondas de calor são fatais, com cerca de 48 mil brasileiros tendo morrido entre 2000 e 2018 em decorrência de bruscos aumentos de temperatura.

O estudo, liderado pelo físico Djacinto Monteiro dos Santos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e por 12 pesquisadores de sete universidades e instituições brasileiras e portuguesas, analisou as 14 áreas metropolitanas mais populosas do Brasil. Os dados revelaram um aumento na frequência e na intensidade das ondas de calor, que também estão se tornando mais prolongadas. Além disso, a pesquisa identificou grupos mais vulneráveis a esses eventos extremos do clima, como idosos, mulheres, pessoas pardas, pretas e menos escolarizadas.

Para medir o impacto das ondas de calor, os pesquisadores analisaram mais de 9 milhões de registros de óbitos em períodos de ocorrência desses fenômenos no Brasil. Eles concluíram que as mortes causadas por ondas de calor superaram aquelas causadas por deslizamentos de terra, geralmente decorrentes de tempestades. Apesar disso, as ondas de calor recebem menos atenção e têm menos visibilidade em comparação com outros eventos climáticos catastróficos.

O climatologista Carlos Nobre, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), ressaltou a importância de políticas públicas que visem a prevenção e o combate aos efeitos das ondas de calor. Ele sugere a implementação de sistemas de alerta para informar a população sobre a chegada desses eventos.

Esses dados alarmantes apontam para a urgência de medidas para prevenir e combater os impactos das ondas de calor no Brasil. A pesquisa destaca a necessidade de atenção e ação por parte das autoridades e da sociedade para lidar com esse problema crescente, que pode se agravar ainda mais se não forem adotadas medidas efetivas.

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