Forças Armadas pedem R$993 mil por dia para apoio em desintrusão de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami

Forças Armadas pedem R$ 993 mil por dia para manter operação na Terra Indígena Yanomami

Responsáveis pela logística da operação na Terra Indígena Yanomami, as Forças Armadas fizeram um pedido de R$ 993 mil por dia para manter o apoio às ações de desintrusão ao garimpo ilegal. Essa informação veio à tona através de uma nota técnica elaborada pelo Ministério da Defesa, que foi encaminhada à Casa Civil. Segundo o documento, o pedido foi feito cerca de um mês após o governo liberar um crédito extraordinário de R$ 275 milhões para essa finalidade.

A nota técnica, datada de setembro de 2023, revela que a verba para assistência humanitária e expulsão de garimpeiros teria acabado, o que justificaria a necessidade de um novo aporte financeiro. No entanto, questionado sobre a necessidade de verba pouco tempo após a liberação do crédito extraordinário, o Ministério da Defesa afirmou que o montante já havia sido utilizado, sendo destinado para distribuição de alimentos, cestas básicas, atendimentos médicos, detenção de suspeitos e horas de voo para sobrevoar a terra.

Mesmo com o pedido de verba, a atuação das Forças Armadas na Terra Indígena Yanomami tem sido alvo de críticas. Relatos indicam que as Forças Armadas se recusaram a levar autoridades para sobrevoar a terra indígena, e relatórios da Fundação Nacional do Índio (Funai) no governo anterior registraram a suspeita de que os militares recebiam propinas de garimpeiros e vazavam informações sobre operações de repressão ao crime.

Apesar da atuação controversa das Forças Armadas, o governo federal anunciou um novo aporte de R$ 1,2 bilhão para a missão na Terra Indígena Yanomami. No entanto, relatórios da operação mostram que 34 mil cestas básicas, que deveriam ser entregues aos indígenas, acabaram encalhadas pela falta de atuação das Forças Armadas.

O pedido de quase R$ 1 milhão por dia para manter a operação na Terra Indígena Yanomami se baseia nos gastos entre junho e setembro de 2023 e engloba despesas com combustíveis, manutenção de meios aéreos e terrestres, além de outros materiais necessários para a operação.

Diante dos desafios logísticos e da necessidade de apoio emergencial e temporário das Forças Armadas nas Terras Indígenas, a gestão federal, sob orientação do presidente Lula, enfrenta a difícil tarefa de encontrar soluções duradouras e sustentáveis para a preservação e segurança das comunidades indígenas.

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