Indígena da etnia Pataxó Hã Hã Hãe é morta durante conflito fundiário no sudoeste da Bahia

No último domingo, 21, a região de Potiraguá, localizada no sudoeste da Bahia, foi palco de um incidente trágico envolvendo indígenas da etnia Pataxó Hã Hã Hãe e fazendeiros. A líder indígena Maria de Fátima Muniz de Andrade, conhecida como Nega Pataxó, foi morta por um disparo de arma de fogo durante um conflito, enquanto seu irmão, o cacique Nailton Muniz Pataxó, também foi atingido, mas conseguiu ser socorrido e levado ao Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga. Além disso, um ruralista também foi ferido por uma flechada e precisou ser hospitalizado.

Os acontecimentos tiveram início durante uma tentativa de retomada de uma fazenda por parte dos indígenas, culminando em confrontos com fazendeiros locais. Dois fazendeiros foram presos em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio após o conflito. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, o confronto ocorreu durante a ação de um grupo denominado Movimento Invasão Zero.

A violência teve origem na tentativa de retomada da Fazenda Inhuma, área reivindicada pelos Pataxó como de ocupação tradicional. Localizada entre os municípios de Pau Brasil, Camacan e Itaju do Colônia, no sul da Bahia, a região já tem sido cenário de conflitos fundiários há anos.

A situação teve a atenção das autoridades, com a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, deslocando-se para a região na segunda-feira, 22, a fim de acompanhar o caso através do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas. Além disso, a Polícia Federal enviou equipes para a região em resposta aos acontecimentos.

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) manifestou “profundo pesar e indignação diante do assassinato da líder indígena Pataxó Hã Hã Hãe Maria de Fátima Muniz Andrade.” Enquanto isso, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) lamentou os fatos ocorridos em Potiraguá, destacando a necessidade do poder público garantir o que está previsto na Constituição.

A situação evidencia a tensão contínua entre indígenas e fazendeiros na região, bem como a necessidade de medidas eficazes por parte das autoridades para prevenir novos conflitos e restabelecer a paz e a segurança para ambas as partes envolvidas.

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