A experiência britânica foi uma das precursoras nesse sentido, com a adoção das câmeras corporais em 2005, inicialmente em dois condados, e a ampliação para outras unidades policiais no ano seguinte. Um estudo realizado em 2007 mostrou que as reclamações contra os policiais que usavam câmeras foram reduzidas a zero, e o tempo gasto com papelada também foi reduzido em 22,4%.
A Alemanha foi outro país que aderiu ao uso das câmeras corporais, visando proteger a polícia contra os ataques de suspeitos, reconstruir eventos e apresentar registros como prova. Na Itália, as câmeras foram adotadas com o objetivo de que os policiais pudessem se defender ao realizar repressão de protestos.
Na Ásia, países como Japão, Hong Kong, Singapura, Taiwan e China também aderiram ao uso das câmeras corporais. No Japão, o homicídio do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe em 2022 foi um ponto de partida para a revisão nacional nos métodos policiais, incluindo a extensão das câmeras aos policiais de rua e de pequenos postos.
Em Hong Kong, as câmeras foram implantadas a partir de 2017, mas a ampliação dos protestos políticos em 2018 resultou em questionamentos. Já na China, a polícia local começou a utilizar as câmeras corporais em 2017, visando conter episódios de violência dos agentes e contra eles.
A adoção das câmeras corporais por policiais é um reflexo das mudanças na forma de atuação das forças policiais e da busca por maior transparência nos procedimentos. Ainda que as legislações em cada país precisem ser ajustadas para garantir o equilíbrio entre o uso das câmeras e os direitos individuais de privacidade, a tendência é que cada vez mais países adotem essa tecnologia como uma forma de melhorar a segurança pública e a qualidade dos serviços prestados pela polícia.