SÃO PAULO – Projeto CooTEA da USP busca inclusão de pessoas autistas desde a escola até o mercado de trabalho com parceria da Escola Politécnica

Segunda edição do CooTEA busca inclusão desde a escola até o mercado de trabalho com treinamentos e técnicas de ensino específicos

Com parceria da Escola Politécnica (Poli) da USP, a segunda edição do CooTEA está em andamento. O projeto surgiu com o objetivo de promover a inclusão de pessoas autistas em diversas esferas, desde a escola até o mercado de trabalho, por meio de treinamentos específicos e técnicas de ensino especializadas.

Emanuel Santana, integrante da plataforma Adapte Educação de formação especializada em terapia, ensino e inclusão de pessoas autistas – e parceira do projeto –, explica que a parceria entre o CooTEA e a Poli surgiu no ano passado. As empresas começaram treinando em grupo de servidores de Cajamar em conjunto com a Poli USP, resultando em uma colaboração significativa. Antônio Massola e Eduardo Mancebo, professores participantes do projeto, entenderam que uma parceria entre a empresa e a universidade seria benéfica para ambos os lados, o que levou à concepção do CooTEA, uma cooperação para treinamento e emprego de pessoas autistas.

De acordo com Santana, nos últimos 18 anos houve um aumento significativo no número de diagnósticos de autismo, com mais de 400%. No Brasil, existem aproximadamente 5,6 milhões de pessoas autistas, enfrentando desafios como abusos físicos, discriminação e exclusão escolar. Para Santana, a escola tem sido historicamente um espaço de exclusão para pessoas autistas, gerando prejuízos tanto no aprendizado quanto em outras áreas.

Além disso, os impactos do diagnóstico de autismo afetam economicamente as famílias, seja pelo pagamento de terapias ou devido ao abandono paterno, que é uma situação frequente. Por isso, o projeto procura incluir pessoas autistas no ambiente escolar e no mercado de trabalho, proporcionando oportunidades de desenvolvimento e crescimento.

A Escola Politécnica trabalha em conjunto com o projeto, oferecendo edições temáticas que oferecem uma formação específica para os participantes. A edição atual, por exemplo, é focada em programação Javascript, capacitando os profissionais para trabalhar tanto na parte visual quanto por trás dos softwares.

Até o momento, o projeto impactou diretamente quase 100 indivíduos, com a meta de capacitar 10 mil pessoas com autismo até 2030. Para empresas interessadas em receber treinamentos sobre como incluir pessoas autistas nos ambientes de trabalho, está aberto o processo de seleção. O treinamento é gratuito e as inscrições podem ser feitas até o dia 29 de fevereiro.

Assim, o CooTEA surge como um projeto inovador visando a inclusão de pessoas autistas na sociedade, principalmente no ambiente escolar e profissional, proporcionando oportunidades de crescimento e desenvolvimento para essa população.

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