Ela aprendeu a sambar com seu avô quando ainda era uma criança, mas naquela época lhe era proibido participar das festas que ocorriam após o pôr do sol devido à escuridão da localidade, que não contava com energia elétrica na época.
Francisca Maria Ubaldo nasceu em 11 de maio de 1950, na Ilha do Massangano, onde passou grande parte de sua vida. Ela cresceu em uma casa com oito irmãos e desde cedo precisou trabalhar na roça, além de vender verduras para ajudar na renda familiar.
Na juventude, conheceu e se casou com Félix Manoel, com quem teve sete filhos, embora tenha enfrentado a perda de quatro deles ainda na infância. O casal trabalhava juntos nas plantações e vendiam o que colhiam nas feiras da cidade, dividindo não só o trabalho árduo, mas também a paixão pelo samba.
Apesar de possuir uma personalidade calma e reservada, Chiquinha se transformava quando escutava o som do samba, entregando-se totalmente à dança. Seu marido, Félix, lembra que ela só faltava a um samba se estivesse doente e sem condições de comparecer.
A morte de Chiquinha foi um choque para sua família e comunidade. Em julho de 2023, durante o Festival de Inverno de Garanhuns, ela começou a apresentar sintomas preocupantes que a levaram a realizar uma série de exames. Foi descoberto um câncer no fígado que, infelizmente, se espalhou por seu corpo, levando-a a óbito em 6 de dezembro do mesmo ano. Ela deixou seu marido, três filhos e dois netos.
A perda de Chiquinha representou um golpe para a comunidade, que tumultuou missas e anunciou mortes em homenagem a ela. No entanto, o legado de amor pela tradição do samba e pela luta pela vida permanecerá vivo na memória de todos que a conheceram.
