No dia 19 de março, Roraima recebeu as primeiras 600 cestas entregues pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). As cestas chegaram à Base Aérea de Boa Vista e foram transportadas pelos aviões até a base de apoio na área indígena de Surucucu. A expectativa é que a operação seja concluída em dois dias, com 300 cestas sendo entregues a cada dia.
Essa distribuição ocorre após o Ministério da Defesa mudar de posição, uma vez que em novembro passado havia informado ao Supremo Tribunal Federal que não era a entidade responsável pela distribuição de cestas aos yanomamis. A mudança de orientação ocorreu após uma reunião ministerial em janeiro, e a portaria publicada na última quinta-feira alterou as diretrizes oficiais da pasta. O Ministério da Defesa afirmou que seu papel é “temporário e episódico” e que a ação ocorre em “caráter emergencial”, conforme o texto publicado no Diário Oficial.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, destacou na semana passada que a crise humanitária do povo yanomami provavelmente levará décadas para ser resolvida, mesmo com a saída de 80% dos garimpeiros ilegais da região. Organizações criminosas ainda permanecem na área, e os indígenas continuam sofrendo com a desnutrição. A situação demonstra a urgência da distribuição das cestas básicas por parte da FAB para ajudar a mitigar os impactos negativos enfrentados pelos yanomamis.