Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa: especialista orienta como lidar com ensino religioso nas escolas para evitar preconceito e violência.

No Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, a Agência Brasil conversou com especialistas sobre como lidar com a intolerância religiosa nas escolas. O professor Alex Santana França, da Universidade Estadual de Santa Cruz, acredita que é preciso pensar em diferentes dimensões para tratar o tema da religião, como a questão histórica, social, cultural, legal e ética-cidadã.

Ele destaca que a orientação dada pela maioria das escolas é correta, mas o problema maior está na educação e orientação dada dentro da família do aluno, que nem sempre compartilha das ideias da legislação e da escola. França ressalta a importância de conhecer e aplicar as determinações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que orienta o ensino religioso em todas as séries.

O professor delimita cinco dimensões que devem ser observadas na abordagem da diversidade religiosa dentro da sala de aula. Primeiramente, é importante trazer informações sobre a formação histórica do Brasil que ajudam a entender porque ainda existe o racismo religioso. Em segundo lugar, a questão social é fundamental, pois a sociedade pode formar discursos preconceituosos que determinadas religiões têm em relação a outras, mas ao mesmo tempo pode ajudar a descontruir esse preconceito.

Além disso, a questão cultural tem relação com a formação histórica e cultural do aluno, já que o Brasil é formado por diferentes grupos sociais com diferentes manifestações culturais e religiosas. Por conta dessa diversidade, o país não pode eleger uma só religião e deixar as outras de fora.

A questão da cidadania também é importante, já que a Constituição Federal defende os direitos de qualquer pessoa, garantindo o direito à liberdade de escolha religiosa. Por fim, a questão da ética é fundamental para que cada pessoa tenha o direito de ter a devoção que desejar, sem interferir na forma como o outro processa a dele.

Um levantamento realizado pelo Espro (Ensino Social Profissionalizante) mostrou que os jovens têm pouco espaço para debater o tema e não se sentem confortáveis dentro das próprias instituições religiosas. No entanto, a escola pode desempenhar um papel importante na desconstrução do preconceito e na promoção da diversidade religiosa.

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