Repórter São Paulo – SP – Brasil

Brasil carece de efetividade na recuperação de áreas degradadas, segundo estudo do MapBiomas – Um problema preocupante no país.

O Brasil é uma das referências em produção agropecuária no mundo, mas ainda não é efetivo na recuperação de áreas degradadas. De acordo com um levantamento do MapBiomas, o país possui 164,3 milhões de hectares de pastagem, dos quais, até 2022, 75% apresentavam algum nível de deterioração.

Essa degradação é um problema que afeta tanto a produtividade no campo quanto o meio ambiente. Em estado nutritivo, o solo atua como um reservatório de carbono, colaborando com a redução de emissão de gases do efeito estufa, que causam o aquecimento global.

Jaçanan Eloisa Milani, coordenadora do programa de pós-graduação em ciências florestais e ambientais da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) explica que a deterioração interrompe processos ecológicos do solo e interfere em características como a quantidade de micro-organismos presentes. Segundo ela, a degradação do solo promove alterações que reduzem sua capacidade de ser produtivo e de suportar a presença de uma floresta.

Um exemplo de sucesso na recuperação do solo é a propriedade do produtor rural Daniel Wolf. Com três fazendas em Nova Canaã do Norte (MT), que hoje estão em sistema de integração entre pecuária e floresta, ele destaca que a pastagem degradada é uma das maiores dificuldades na produção. Wolf acredita que os principais investimentos devem ser direcionados à gestão do negócio e ao solo, apesar de reconhecer que os custos são altos e desafiantes para os produtores.

Outra estratégia interessante de recuperação de áreas degradadas é o que faz a empresa Caaporã Agrosilvipastoril. A empresa implanta um novo sistema de campo por meio de parcerias com propriedades rurais em Mato Grosso, Tocantins, Bahia e São Paulo. A empresa custeia e implementa o novo sistema de produção, conhecido como silvipastoril, que integra a atividade pecuária com a floresta. A recuperação de pastagem envolve a correção do solo, adubagem e implantação de um novo modelo de produção.

Os pesquisadores do setor concordam que para a recuperação ser mais efetiva, é preciso ampliar a educação rural sobre o uso da terra. Segundo eles, é necessário investir não apenas na cadeia de recuperação, mas também em mais conhecimento técnico sobre os fatores de degradação. Além disso, a integração da pecuária com as florestas é uma alternativa importante para evitar a deterioração elevada da pastagem e do solo.

Portanto, a recuperação de áreas degradadas é um desafio que requer esforços conjuntos entre governos, pesquisadores, produtores rurais e empresas do setor agropecuário. Essas parcerias estratégicas são fundamentais para garantir a sustentabilidade e a produtividade no campo, preservando o meio ambiente para as futuras gerações.

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