Indígena, negra e trans: a história inspiradora de Drica D’arc Ferreira Gomes Meireles, que encontrou na luta pelos direitos o seu legado.

No dia 1º de janeiro, a comunidade LGBTQIA+ perdeu uma de suas ativistas mais corajosas, Drica D’arc Ferreira Gomes Meirelles. Aos 36 anos, a amazonense tornou-se um símbolo de luta por direitos e representatividade, tendo sido descrita por colegas, amigos e professores como uma pessoa alegre, resiliente e disposta a ajudar.

Estudante de serviço social na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Drica dedicou-se ao cuidado dos outros e foi uma grande ativista dos direitos trans e indígenas em Santa Catarina. Além disso, era secretária financeira da ADEH (Associação em Defesa dos Direitos Humanos) e estava cotada para a presidência da entidade.

Segundo relatos da presidente da associação, Lirous Ávila, e da diretora da Rede Trans UFSC, Melina Martins, Drica era conhecida por sua garra, alegria e amor pela vida, sendo uma presença reconhecível pela gargalhada e pelo acolhimento às vítimas da violência nas ruas, como travestis e transexuais.

A professora Helena Cortes ressalta que Drica tinha o sonho de voltar para sua terra natal, Parintins (AM), e atuar como assistente social na luta pelos direitos das pessoas LGBT. Já a assistente social Mayara Furtado destaca que Drica fez de sua luta pessoal a de todos que passam por situações de violência e não reconhecimento da identidade e da possibilidade de viver a sua fé.

A forma como Drica encarava a vida, como um recomeço sempre possível, sua alegria contagiante e seu compromisso com a justiça social fizeram dela uma figura inesquecível para seus amigos e colegas, conforme relatado pela amiga Olga Garcia e pelo amigo Matheus Leal.

O legado de Drica também foi reconhecido pela Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade da UFSC, que emitiu uma nota destacando seu compromisso com a justiça social e a inspiração que continuará a ser para todos que tiveram a honra de conhecê-la e trabalhar ao seu lado.

Drica foi descrita como uma pessoa persistente, inteligente, motivada e sempre com um sorriso largo e contagiante, mas, infelizmente, sua vida foi interrompida de forma trágica por afogamento.

Embora não esteja mais fisicamente presente, sua memória e seu exemplo continuarão a inspirar e mobilizar aqueles que lutam por justiça, igualdade e respeito para a comunidade LGBTQIA+. Drica D’arc Ferreira Gomes Meirelles deixou uma marca indelével e seu legado de amor, resistência e luta continuará a ecoar naqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-la.

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