Unesp demite professor acusado de assédio sexual após investigação interna e recomendação da comissão processante.

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) demitiu um professor acusado de assédio sexual por estudantes do campus de Bauru, no interior de São Paulo. A demissão foi definida após as queixas contra o docente serem investigadas por uma comissão de sindicância instaurada pela universidade.

Marcelo Magalhães Bulhões, professor de literatura e língua portuguesa do curso de comunicação social, foi acusado de assédio em julho de 2022. Na ocasião, ele negou as acusações e disse ser vítima de calúnia. A demissão de Bulhões foi publicada pela reitoria da Unesp no Diário Oficial desta quinta-feira. Segundo a portaria, a punição foi definida após constatação de que o docente violou o Estatuto dos Servidores de São Paulo ao descumprir com o dever de “proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função pública”.

As denúncias apuradas pela comissão foram feitas em julho de 2022, quando estudantes espalharam pelo campus de Bauru cartazes com imagens de mensagens que o docente teria enviado a alunas. Elas decidiram expor o caso dessa forma porque Bulhões já havia sido denunciado por assédio sexual em 2017, mas a universidade decidiu por arquivar o caso.

Na época da primeira denúncia, a Unesp instaurou uma sindicância administrativa que avaliou as denúncias, feitas por 12 alunas e ex-alunas do professor. A comissão decidiu por fazer apenas uma recomendação ao docente, de que ele viesse “captar as mudanças sociais e comportamentais da sociedade, para a devida adequação no ambiente de trabalho, abandonando eventuais atitudes ambíguas de tratamento pessoal com os alunos”.

Bulhões era professor da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação do campus de Bauru. Depois de os cartazes serem expostos na universidade, as estudantes também realizaram protestos contra o assédio no meio acadêmico.

Em nota, a reitoria da Unesp informou que a decisão de demitir o docente foi baseada “na recomendação fornecida pela comissão processante durante processo administrativo disciplinar, no qual o docente teve amplo direito à defesa”. Também informou que o processo seguiu todos os trâmites legais previstos nas normas da instituição.

Essa situação reacende o debate sobre assédio sexual no ambiente universitário e a importância de investigar e punir casos de abuso de poder por parte de professores. O caso também levanta questões sobre a eficiência dos processos internos das universidades para lidar com denúncias de assédio. Espera-se que a demissão de Bulhões seja um passo importante na prevenção e punição de casos de assédio no meio acadêmico.

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