Número de municípios suscetíveis a desastres naturais aumenta para 1.942, aponta estudo do governo federal.

Um estudo realizado pelo governo federal revelou que 1.942 municípios brasileiros estão mais suscetíveis a desastres naturais relacionados ao clima, como deslizamentos, enxurradas e inundações. Esse número representa 34,9% do total de 5.570 municípios do país, sendo mais do que o dobro do registrado em 2012, quando 821 municípios estavam identificados como de alto risco para desastres naturais.

De acordo com o levantamento, esses municípios abrigam uma população de 148,8 milhões de habitantes, dos quais 8,9 milhões vivem em áreas de risco geo-hidrológico. O estudo foi coordenado pela Casa Civil e teve a participação de representantes de diversos ministérios, como Integração e Desenvolvimento Regional, Cidades, Ciência e Tecnologia, Minas e Energia e Meio Ambiente.

No total, o estudo identificou que o estado do Amazonas possui 59 dos 62 municípios listados como de alto risco, o que corresponde a cerca de 95% do total, enquanto Minas Gerais é o estado com mais municípios na lista, totalizando 283, o equivalente a um terço do total.

O documento recomenda que o governo utilize os dados para priorizar recursos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras de prevenção de risco, como contenção de encostas, macrodrenagem, barragens de regularização de vazões e controle de cheias e intervenções em cursos d’água.

O levantamento considerou dados levantados até 2022 e foi revelado inicialmente pelo jornal O Globo, posteriormente confirmado pela Folha. A nota técnica do governo destaca a importância de ações governamentais coordenadas para a gestão de riscos e prevenção de desastres, diante das recentes ocorrências que geraram perdas humanas e materiais em diversas regiões do país.

Os extremos climáticos registrados no Brasil em 2023, como deslizamentos no litoral de São Paulo, alagamentos no Rio Grande do Sul, seca histórica na Amazônia e queimadas no Pantanal, reforçam a necessidade de estratégias eficazes para enfrentar as consequências das mudanças climáticas.

Uma pesquisa Datafolha divulgada em dezembro mostrou que 78% dos brasileiros entrevistados acreditam que as atividades humanas contribuem para o aquecimento global e que mais da metade (54%) acredita que essas atividades afetam significativamente o clima.

Diante desse cenário preocupante, é fundamental que o governo atue de forma coordenada, visando prevenir danos e proteger as populações vulneráveis a desastres relacionados ao clima, em especial nas regiões identificadas como de alto risco.

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