Relatório aponta que YouTube lucra milhões com publicidade em canais de negacionismo climático, revela análise do CCDH.

YouTube lucra milhões com publicidade em canais que disseminam desinformação sobre mudança climática

Um relatório publicado pelo Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH) revelou que o YouTube está ganhando milhões de dólares por ano com a veiculação de anúncios em canais que promovem afirmações falsas sobre mudança climática. Segundo o CCDH, os criadores de conteúdo estão utilizando novas estratégias para driblar as políticas da plataforma e disseminar desinformação.

A análise do CCDH utilizou inteligência artificial para examinar as transcrições de mais de 12.000 vídeos dos últimos seis anos em 96 canais do YouTube, pertencentes à Alphabet. O relatório constatou que esses canais estão promovendo conteúdo que minimiza o consenso científico sobre o impacto humano nas mudanças climáticas de longo prazo.

Negação climática

De acordo com o relatório, os conteúdos identificados pela análise do CCDH se afastam das falsas alegações de que o aquecimento global não está acontecendo ou não é causado pelos gases de efeito estufa produzidos pela queima de combustíveis fósseis. Porém, as políticas do Google proíbem explicitamente a veiculação de anúncios em vídeos que defendam tais afirmações.

O relatório revelou que, no último ano, 70% do conteúdo de negacionismo climático nos canais analisados estavam focados em atacar as soluções climáticas, retratar o aquecimento global como inofensivo ou benéfico, apresentar a ciência climática e o movimento ambiental como não confiáveis, entre outros. O relatório apontou que o YouTube está lucrando até US$ 13,4 milhões por ano com anúncios nos canais que disseminam desinformação sobre mudança climática.

Resposta do YouTube

Em resposta ao relatório, um porta-voz do YouTube afirmou que debates e discussões sobre mudança climática e políticas públicas são permitidos na plataforma. No entanto, o porta-voz ressaltou que quando o conteúdo ultrapassa o limite da negação da mudança climática, a veiculação de anúncios é interrompida nos vídeos.

O CCDH solicitou que o YouTube atualize sua política sobre conteúdo de negacionismo climático e destacou que a análise poderia ajudar o movimento ambientalista a combater a disseminação de alegações falsas sobre o aquecimento global.

O relatório do CCDH traz à tona a discussão sobre o papel das plataformas de mídia digital na disseminação de desinformação e os desafios enfrentados na moderação de conteúdo relacionado a questões sensíveis como a mudança climática. A transparência e atualização das políticas de moderação de conteúdo são cruciais para combater a desinformação e promover um debate informado sobre questões urgentes como a crise climática.

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