Na última sexta-feira (12/01), um dos imóveis de interesse histórico e cultural de Diadema foi demolido sem o conhecimento do Pró-Iphac (Grupo Técnico de Estudos dos Bens Culturais), órgão do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico da cidade. Trata-se do Observatório Astronômico, que estava na lista de bens culturais de importância para a cidade. A ação da prefeitura causou indignação e gerou uma série de discussões e negociações entre os representantes do município.
O conselho foi surpreendido pela demolição do observatório e afirmou que deveria ter sido consultado antes da realização da obra. Maria Luísa Gagliardi, presidente do conselho, ressaltou que a demolição foi irregular e que estão buscando negociar ações para mitigar o prejuízo causado. Uma das medidas negociadas é a criação de um memorial ou de um novo equipamento cultural no terreno onde o observatório ficava localizado. A prefeitura pretende construir uma creche e um centro cultural no local, o que gerou ainda mais debates sobre o destino do terreno.
Em nota divulgada após a polêmica, a prefeitura informou que a demolição ocorreu devido à deterioração das estruturas do observatório após anos de abandono. A administração municipal alegou que a reforma do prédio não era viável e que a segurança do local estava comprometida. Além disso, afirmou que os equipamentos do Centro Cultural foram transferidos para outro local, enquanto a creche que será construída no terreno tem o apoio do governo federal e visa atender à grande demanda por vagas em creches na região.
Inicialmente, a prefeitura afirmou que iria construir um novo equipamento em parceria com a Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo). No entanto, posteriormente, a administração alterou seu posicionamento, afirmando que havia apenas um acordo de cooperação técnica para a capacitação de professores e o atendimento dos estudantes na área de astronomia. A secretária de Educação, Ana Lúcia Sanches, destacou a intenção de retomar o trabalho de ensino de astronomia com seriedade, mas houve divergências sobre os detalhes do contrato com a Unifesp.
Diante da polêmica, a demolição do observatório em Diadema levantou discussões acaloradas sobre a preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade, assim como sobre a destinação adequada do terreno onde o observatório estava localizado. A situação continua em aberto, com negociações e posicionamentos conflitantes entre a prefeitura e os órgãos responsáveis pela preservação do patrimônio cultural local.
