Repórter São Paulo – SP – Brasil

Ministra da Igualdade Racial gera polêmica ao falar sobre “racismo ambiental” em meio a tragédias climáticas no Rio de Janeiro.

Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, gera polêmica ao falar sobre racismo ambiental

No último domingo (14), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, utilizou sua conta em uma rede social para fazer uma publicação sobre os efeitos da chuva que atingiu os municípios do Rio de Janeiro, alertando para as iminentes tragédias decorrentes do que ela chamou de “racismo ambiental e climático”. A ministra fez referência ao impacto desproporcional que as tragédias climáticas exercem sobre as populações mais vulneráveis.

As chuvas que atingiram o Rio de Janeiro neste final de semana resultaram na trágica morte de 12 pessoas. A publicação da ministra repercutiu amplamente, levantando a questão do que seria exatamente o “racismo ambiental”. O termo se refere aos efeitos das tragédias ambientais, como alagamentos, secas e mortes, sobre populações vulneráveis, especialmente os mais pobres e periféricos, que no Brasil são em sua maioria pretos e pardos.

O debate em torno da declaração da ministra dividiu opiniões, com alguns criticando o uso do termo e outros concordando com a existência do racismo ambiental. A discussão tomou conta das redes sociais, levantando a pergunta sobre a suscetibilidade das pessoas mais pobres aos impactos de desastres ambientais e a concordância com o termo “racismo ambiental”.

A Folha de São Paulo abriu espaço para que os leitores compartilhem suas opiniões sobre o assunto, por meio de um formulário online. Algumas respostas poderão ser publicadas no Painel do Leitor e divulgadas nas redes sociais do jornal. A polêmica em torno do racismo ambiental evidencia a importância do debate sobre as desigualdades sociais e ambientais, especialmente em um país como o Brasil, onde as populações mais vulneráveis são as mais afetadas por tragédias climáticas.

A publicação da ministra Anielle Franco levanta questões importantes sobre a relação entre desastres ambientais e grupos sociais marginalizados, trazendo à tona a necessidade de políticas e ações que considerem as desigualdades raciais e sociais na abordagem das questões ambientais. O debate sobre o racismo ambiental abre espaço para reflexões e propostas de enfrentamento das desigualdades que vão além das questões exclusivamente ambientais, alcançando também questões sociais e raciais.

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