A Guerra da Ucrânia e as preocupações com a mudança climática têm direcionado a atenção para a matriz energética nuclear em todo o mundo. Com 70 anos de operação comercial, a energia nuclear está sendo cada vez mais considerada como uma alternativa viável diante das questões emergentes.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, destacou a importância do momento atual para a energia nuclear. Ele ressaltou a necessidade dos países em responder às demandas do Acordo de Paris para controle de emissões de carbono, e também a preocupação com a segurança energética, principalmente na Europa, devido à guerra na Ucrânia.
O papel do Brasil neste debate também foi mencionado, com Grossi reconhecendo o programa nuclear sofisticado do país, que envolve usinas ativas e em construção, além de atividades militares e médicas. Ele ressaltou a importância de utilizar tanto a energia nuclear quanto as fontes renováveis para suprir as necessidades energéticas.
A realização da primeira cúpula de energia nuclear desde a ativação do reator de Obninsk, em 1954, será um marco no debate sobre a energia nuclear. No entanto, a exclusão da Rússia do evento em Bruxelas reflete as tensões políticas que cercam o assunto.
A energia nuclear tem sido alvo de debates intensos, especialmente na Europa, onde a França tem mantido seu protagonismo, com a maior parte de sua eletricidade proveniente de reatores nucleares. No entanto, a Alemanha desativou seu parque nuclear após o acidente de Fukushima e a pressão do Partido Verde.
A questão dos investimentos na energia nuclear também foi abordada, com a necessidade de financiamentos significativos para novas usinas nucleares. O otimismo em relação à decisão da conferência climática COP28 de incluir a energia nuclear como uma matriz central para a neutralidade em carbono foi ressaltado, mas também reconhecendo o desafio de triplicar a geração até 2050.
O debate sobre a energia nuclear envolve não apenas as questões de segurança e impacto ambiental, mas também desafios econômicos e políticos. A busca por soluções de energia limpa e sustentabilidade continua a ser um tema central no contexto da emergência climática global.
