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Aumento de 57% nos alagamentos de São Paulo entre novembro de 2022 e abril de 2023 causa preocupação na cidade

Nos últimos meses, a cidade de São Paulo apresentou um aumento alarmante na quantidade de alagamentos durante a temporada de chuvas. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), entre os meses de novembro de 2022 e abril do ano passado, foram registradas 771 ocorrências de inundações, representando um aumento de 57% em comparação com o período chuvoso anterior, entre 2021 e 2022.

O crescimento desses registros de enchentes chama a atenção, uma vez que a prefeitura da capital, liderada por Ricardo Nunes (MDB), investiu mais de R$ 3 bilhões nos últimos dois anos em obras de canalização de córregos, contenção de encostas, drenagem e microdrenagem. O objetivo desses investimentos era justamente evitar o aumento dos alagamentos.

Essa alta nos casos de inundações também coincide com um aumento nas reclamações relacionadas à falta de drenagem da água da chuva na cidade. Os dados mostram que o número de enchentes nos últimos dois períodos chuvosos foi superior ao registrado entre 2020 e 2021, quando 682 ocorrências foram registradas.

Durante os anos de 2018 e 2020, houve uma diminuição no número de alagamentos, de acordo com o levantamento do CGE, sendo que o volume de chuva também foi menor. A gestão Nunes argumenta que houve uma variação das condições climáticas nos últimos anos, influenciando diretamente nos registros de alagamentos na cidade.

Entretanto, o CGE também ressalta que não é correto comparar as ocorrências de alagamentos com o volume acumulado de chuva, pois cada uma possui características distintas, como intensidade e duração. Além disso, a Ouvidoria-Geral do Município evidenciou uma piora nas reclamações antes mesmo das tempestades que atingiram a capital nos últimos meses, relatando um aumento nas queixas sobre varrição e acúmulo de lixo, fator que agrava as enchentes.

Diante do cenário, a prefeitura atrasou projetos previstos no Plano de Metas da cidade, substituindo a promessa de construir 11 piscinões por “230 obras no sistema de drenagem” até o fim deste ano. Esse atraso é preocupante, considerando que os planos incluíam a construção de reservatórios em áreas mais problemáticas da cidade.

Em resposta às críticas, o prefeito Nunes destacou os investimentos da sua gestão no combate às enchentes, com a construção de quatro piscinões na zona norte e outro na zona sul da cidade. No entanto, é preciso avaliar de forma crítica as medidas tomadas até o momento e a eficácia dos investimentos diante do cenário de crescente ocorrência de alagamentos na capital paulista. Medidas mais efetivas podem ser necessárias para enfrentar esse desafio crescente.

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