O volume de chuva considerado forte pelo Sistema de Alertas do Rio é acima de 50,1 milímetros em uma hora, capaz de provocar alagamentos e tragédias. Além disso, o levantamento revelou que entre 1997 e 2009, apenas o ano de 1998 teve mais de dez dias com chuva muito forte, totalizando 13 dias. Já no período entre 2010 e 2023, cinco anos registraram mais de dez dias com chuvas intensas.
De acordo com a meteorologista Juliana Hermsdorff, estudos climáticos de grandes centros mundiais de meteorologia já comprovam o aumento da frequência de eventos climáticos extremos em diversas regiões do mundo. Os dados deste verão ainda não foram fechados, mas o verão 2022/2023 atingiu o 4.º maior acumulado da série histórica para o mês de fevereiro, com 222,4 mm de chuva.
A tempestade do último final de semana resultou em 12 mortos na capital e na Baixada Fluminense, deixando quase 600 desalojados. Como resultado, sete municípios, incluindo a cidade do Rio, devem ser colocados em situação de emergência, com a homologação do decreto reconhecida pela União. O governo estadual está cadastrando as famílias afetadas para receberem o Cartão Recomeçar, um auxílio de R$ 3 mil fornecido em parcela única.
O governador Cláudio Castro, que antecipou o fim de suas férias para retornar ao Rio de Janeiro após a crise, atribuiu a situação ao “novo normal” climático. Ele destacou que a realidade atual exige que o Estado e as cidades sejam cada vez mais resilientes diante de eventos extremos. As autoridades municipais e estaduais estão tomando medidas para amenizar as consequências das chuvas intensas, como o acionamento de sirenes de Defesa Civil e o deslocamento de equipes para atender aos afetados.