Tradicionalmente, o tráfico de entorpecentes no Brasil era dominado por facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, cada uma controlando suas próprias rotas. No entanto, essas facções e grupos locais têm travado confrontos violentos na disputa por esses caminhos. Nos últimos anos, as investigações da PF apontam para a consolidação de novas rotas, muitas vezes mais longas, em operações deflagradas no último ano.
Essas novas rotas envolvem países vizinhos sem passar pelo Brasil, como o Equador, e também passam por regiões do Brasil menos fiscalizadas, como os portos da região sul. Segundo o Coordenador-Geral de Repressão a Drogas, Armas e Facções Criminosas da PF, delegado Júlio Danilo Souza Ferreira, o surgimento dessas novas rotas pode estar relacionado ao aumento do combate às facções criminosas no Brasil, levando-as a buscar alternativas mais longas e improváveis.
A PF tem fortalecido as investigações sensíveis e as forças tarefas em conjunto com polícias estaduais para enfrentar as facções criminosas e buscar sua descapitalização. Em 2023, foram apreendidos ao menos R$ 2 bilhões desses grupos, contra R$ 602 milhões em 2022. Segundo o delegado, é necessário focar não apenas nas apreensões de drogas, mas também nas lideranças e na descapitalização das organizações para realmente desmantelar as facções.
Em meio a essas operações, novas rotas de envio de drogas para a Europa surgiram, utilizando portos da região sul e nordeste do Brasil, impactando nos índices de violência, como no caso da Bahia. A PF tem buscado identificar e combater essas novas rotas para evitar o aumento do tráfico de drogas e da violência no país. A estratégia é focar não apenas na apreensão das drogas, mas também na descapitalização das organizações criminosas e na busca pelas lideranças por trás delas.