O governo norueguês, ignorando as recomendações técnicas contrárias, segue adiante com o projeto de prospectar uma área de solo marinho maior que o estado de São Paulo. O Parlamento, por sua vez, aprovou o plano de mineração da plataforma continental, mostrando-se insensível diante dos possíveis danos à fauna, pesca e poluição das águas.
A mineração de minérios do fundo do mar é controversa devido à perturbação dos ecossistemas, localizados a centenas ou milhares de metros abaixo da superfície marinha. Grande parte desses ecossistemas é pouco conhecida, o que aumenta a preocupação em relação aos impactos da exploração. A área em vista abrange 281 mil km² em torno de Svalbard, um arquipélago sob administração norueguesa.
Além dos riscos ambientais, a extração de minérios do fundo do mar desperta interesse devido à importância desses recursos para a transição energética, como o lítio e metais como cobalto, níquel e nióbio. Países como os Estados Unidos e a Europa veem a exploração desses minérios como uma alternativa diante da escassez e da localização desses recursos em regiões controladas pela China e outras nações.
Enquanto a Noruega enfrenta a polêmica da exploração do fundo do mar, o país enfrenta críticas em relação à sua produção de gás natural e petróleo, as maiores fontes de emissão de gases de efeito estufa. No entanto, o país busca manter sua reputação ambiental através de investimentos em ações de preservação, como o Fundo Amazônia e a descarbonização da economia norueguesa.
Em paralelo a esse cenário, o Brasil também enfrenta controvérsias relacionadas à exploração de recursos naturais, como a proposta do governo de extrair petróleo da margem equatorial da Amazônia. O país, que já vivenciou grandes esquemas de corrupção no setor de petróleo, busca novas fontes de riqueza, mas ainda enfrenta desafios em relação à proteção do meio ambiente e da fauna marinha.