A pesquisa revelou que a fluorescência dos nanocristais de celulose (CNC) tem potencial para monitorar o teor de ácido tânico nos vinhos, um achado que promete mudar a forma como os enólogos entendem e analisam a qualidade dos vinhos tintos.
Os taninos, compostos fenólicos que desempenham um papel crucial na composição e qualidade dos vinhos tintos, são considerados fundamentais na estrutura, características organolépticas e estabilização da cor dos vinhos. No entanto, em excesso, os taninos são considerados antinutrientes e podem afetar negativamente a qualidade do vinho.
A pesquisa comprovou que a solução composta de CNC pura se mostrou eficaz na identificação do tanino em vinhos tintos, proporcionando informações valiosas para os enólogos na elaboração de vinhos de alta qualidade.
A pós-doutoranda Kelcilene Teodoro, que liderou a pesquisa, ressaltou a importância da descoberta: “A determinação de tanino em amostras de alimentos por métodos analíticos ópticos – fotoluminescência – pode ser vantajosa, uma vez que esse tipo de procedimento é rápido, elimina a necessidade de experimentos e reagentes trabalhosos, ao mesmo tempo que proporciona relativa sensibilidade e seletividade”.
Além disso, a pesquisa visa expandir o uso de nanocelulose no ramo de sensores, explorando aplicações inovadoras desse material. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Carbohydrate Polymers e representam um avanço significativo no campo da enologia e na análise de vinhos.
A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de sensores ópticos à base de nanocristais de celulose para monitorar taninos não só em vinhos, mas em produtos alimentícios e outras bebidas, proporcionando uma ferramenta indispensável para os profissionais da indústria vitivinícola. A pesquisa, apoiada pela Fapesp, representa um marco importante no avanço da ciência e tecnologia em território nacional.